sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

O 1º Festival da Nônô

Só me lembro de ter assistido a dois grandes concertos na minha vida...um foi o dos Genesis e o outro foi o do Phill Collins e, se a memória não me falha, o primeiro em 1992 e o segundo em 1994, portanto já lá vão mais de duas décadas e, desde então, a minha presença em eventos desta natureza não foi muito além de um concertozito de Xutos aqui ou um espectaculozito de Rui Veloso ali ou qualquer outra coisita acoli. Quanto a festivais (tipo Sudoeste, Vilar de Mouros, Super Bock-Super Rock, Paredes de Coura, Marés Vivas, etc) nem quero ouvir falar e também dificilmente me apanhariam a ver agrupamentos com nomes sugestivos do género "The Killers" ou "30 seconds to Mars" e tenho as minhas dúvidas que daqui a 1/4 de século ainda alguém se lembre deles. A juntar a esta curta cronologia, a última vez que pus os meus pés no Campo Pequeno, não devia estar no meu perfeito juízo e fui arrastada para assistir a um concerto dumas aves raras que dão pelo nome de Arctic Monkeys e, tal como naquela canção intitulada "A Paixão (segundo Nicolau da Viola)", também eu, naquele dia, não fiquei nem meia-hora, não fiz um esforço para gostar e fui-me embora...
Por tudo isto, só mesmo a Nônô para me convencer a ir ao Campo Pequeno a um espectáculo com a designação de festival no nome, mais concretamente ao "Festival do Panda e dos Caricas". Durante o último mês, o seu entusiasmo era grande e dizia a quem lhe aparecesse pela frente "A Nônô já tem bietes pó Panda" e este foi, sem dúvida, o melhor presente que lhe oferecemos neste Natal.
O Panda, como o nome sugere, é um urso gigante de peluche que até tem um ar bem fofinho, agora os Caricas são uns autênticos "cromos" que respondem pelos nomes de Pipa, Clarinha, Matias e Pedro, sendo este último o ídolo da Nônô. Ainda antes do espectáculo começar, assim que a referida criatura passou no corredor contíguo às nossas cadeiras, a criança correu para os seus braços para lhe roubar um beijo e eu nem queria acreditar que passei noites sem dormir durante dois anos consecutivos, a aliviar cólicas, a minimizar o desconforto dos primeiros dentes, a acalmar pesadelos, para agora ver a Nônô a idolaterar um desconhecido, ou talvez não, porque a verdade é que o tal Pedro mais parece ser da família e entra (via televisão) pela casa dentro a toda a hora e, embora não seja motivo suficiente para eu simpatizar com ele, é o quanto baste para eu já ter memorizado a maior parte das letras das suas canções. A verdade é que, desde aí, a Nônô não se cansa de espalhar ao mundo que o Pedro lhe deu um beijo, o que até tem a sua graça porque obviamente quase ninguém sabe quem é o sujeito...e o beijo, tal como eu costumo dizer, é sempre melhor roubado do que pedido...
Quanto a festivais, decerto herdou do papá o gosto por este tipo de espectáculos e suspeito que será uma festivaleira que irá para a 1ª fila nos concertos, na esperança que um qualquer Robbie Williams desta vida, a puxe por um braço para cima do palco para com ele cantar a música da sua vida...

Ana Pádua
26/12/2014

à entrada do Campo Pequeno...
a festivaleira
os "cromos"

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

All we need is...LOVE!

Existe uma parede em minha casa com a qual nunca simpatizei, acontece!...nunca percebi  se o problema estava em mim ou na parede, mas o que sei é que desde que habito nesta casa que o meu desamor por ela era uma realidade...todas as noites, quando me sentava no sofá bem de frente para a dita parede, pensava que nunca nos entenderíamos e que assim passaríamos os nossos dias incompatibilizadas e eu mais parecia estar de castigo a contemplar uma parede nua, completamente despida de alma...
Por diversas vezes, tentei apaziguar os ânimos e por ela passaram muitos objectos, como a televisão, um espelho original, quadros de cães (muitos!), óleos com lindas paisagens de Cascais, mas por um motivo ou por outro, nenhuma peça pairou por lá muito tempo e, com o passar dos anos, menos eu sabia o que fazer com a parede, que ainda por cima nem dava para ir abaixo por se tratar de uma parede mestra.
Há uns dias, estava eu a "visitar" um dos meus blogs predilectos de decoração e deparei-me com uma ideia que me pareceu muito original e que aliava dois conceitos que me agradaram: a arte de imortalizar momentos e o amor...tratava-se de um coração gigante todo feito com fotografias e que me pareceu logo a solução ideal para transformar o meu desamor pela parede em verdadeiro amor...
Gosto muito de fotografia, mas o que eu gosto mesmo é de fotografar! E gosto particularmente de fotografar animais e crianças, por serem espontâneos, por dificilmente pararem quietos, por não se fazerem à fotografia, enfim pela estimulante dificuldade...só quem gosta de fotografia como eu, compreende a satisfação sentida quando se consegue captar o momento que se tem em mente registar...
A Nônô também já aprecia fotografias, gosta de identificar a família e os amigos nas imagens e adora abrir os seus álbuns que, além de fotos, têm escrita a sua própria história de vida e, de tantas vezes a ouvir, já tem memorizados muitos "capítulos"...
Mas, no que toca a fotografar, tenho outras manias, gosto de grandes planos e de fotografias de meio corpo e tenho o vício terrível de praticamente só tirar fotografias verticais, pelo que as fotos panorâmicas nunca me saem nada de jeito e fotografias horizontais tenho poucos exemplares...e aqui começou o meu grande desafio, porque na minha fonte de inspiração, todas as imagens eram horizontais e conseguir o resultado pretendido com um "mix" de molduras verticais e horizontais não era tarefa fácil e, assim, tive de reorganizar o "coração" para o efeito ser aquele que idealizei...a execução não foi simples, mas o resultado superou as minhas expectativas e foi logo amor à primeira vista!
Por agora, estou enamorada pela minha "nova" parede e, como tudo na vida pelo que verdadeiramente me apaixono, espero que seja para a vida e é mesmo bom que seja, porque a parede ficou toda esburacada e cravada de pregos de alto a baixo!
Quanto à arte de imortalizar momentos, as fotografias escolhidas para as molduras foram seleccionadas de um modo criterioso, pelo que todas têm uma história e todas foram tiradas em dias memoráveis e em datas especiais; quanto ao amor e, apesar de eu não ser a pessoa mais afectuosa deste mundo, gosto sempre de dizer às pessoas especiais o quanto as amo e, por isso, só tenho de arranjar mais espaço cá em casa para continuar a confessar às paredes de quem EU GOSTO...
I LOVE YOU!!!

Ana Pádua
17/12/2014 

a fonte de inspiração...


...e o meu coração

true love

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

My little Christmas tree

Admiro imenso aquelas pessoas que em Outubro já têm tudo idealizado para o Natal, em Novembro já têm tudo preparado para o grande dia e em Dezembro já só pensam na Páscoa do próximo ano...não sei se são extremamente organizadas ou se dispõem de muito tempo livre, só sei que (in)felizmente não padeço de nenhum destes males e, por isso, à boa maneira portuguesa, é tudo feito à última hora. Mas este ano decidi inverter a tendência, não só porque a Nônô já aprecia muitas das coisas alusivas a esta quadra, mas acima de tudo porque vou ter a casa cheia na noite da consoada, ou seja, vou ter a família toda reunida (e já somos quase 20!) e, portanto, na véspera de Natal vou ter mais em que pensar do que na decoração do lar.
Quanto ao presépio nunca me preocupo porque não sai do mesmo sítio e está montado 365 dias por ano; é um presépio minimalista, feito em barro por um artesão e foi-me oferecido há muitos anos pela minha mãe, pelo que tenho por ele a maior estima, mas como de há uns tempos para cá, a Nônô também lhe começou a achar alguma graça e, antes que o meu adorado presépio ficasse feito em cacos, a avó Nhõnhõ resolveu oferecer-lhe um outro apropriado à sua idade, feito em tecido e com umas figuras amorosas, portanto este ano temos dois presépios cá em casa...
E ontem, finalmente fizemos a nossa árvore de Natal! À excepção de um ano em que tive a infeliz ideia de adquirir um pinheiro natural que vinha carregado de bichezas estranhíssimas que viraram uma autêntica praga, de há muitos anos a esta parte, a árvore é sempre a mesma e o "décor" também, embora todos os Natais eu tente acrescentar um ou outro adorno aos já existentes. A Nônô gosta muito da árvore, principalmente de alguns peluches que nela penduro, mas o que a fascina mesmo são as luzes! Este ano, resolvi que o pinheiro de Natal, tal como o presépio, seria em duplicado...além do tradicional pinheiro, arranjei outra árvore bem à altura e gosto da Nônô, ou seja, uma árvore à sua escala e toda decorada com figuras de chocolate...é óbvio que os enfeites desta pequena árvore, nem de perto nem de longe vão chegar à ante-véspera de Natal, muito menos à véspera ou ao próprio dia, mas não quero saber porque até lá certamente farão as delícias da criança e a sua felicidade é contagiante. Por agora é ver a Nônô, toda animada, deitar a mão às figuras de chocolate e, enquanto as desembrulha, pergunta-me "mãe, póxo?" e, claro, a mãe deixa! 
A miúda é altamente viciada em chocolate e descobre sempre os locais onde habitualmente os escondo (acho mesmo que só me falta enfiar chocolates na banheira!)...eu sei que não é correcto o vício em guloseimas, eu sei que o chocolate não é saudável para os dentes, eu sei que a adição ao açúcar faz mal, eu sei que o pediatra vai passar-se quando souber que a Nônô devora chocolates de manhã, à tarde e à noite, eu sei que jurei a mim mesma nunca ceder a caprichos infantis, mas como uma colega minha costuma dizer "era muito melhor mãe antes de o ser", por isso, só nesta época, os chocolates estão para regozijo da Nônô à sua total disposição, até porque o Natal é das crianças, o Natal é quando um homem quer e...o Natal é quando a mãe deixa!
FELIZ NATAL!!!

Ana Pádua
15/12/2014 

...a deitar a mão

...a desembrulhar
...e a saborear
a árvore tradicional
os presépios

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

O direito à BIRRRRA...

Por definição, "birra" é a tendência para permanecer e/ou continuar de maneira insistente num mesmo comportamento e é a acção daquele que contraria alguém por capricho, estando também sempre associada à falta de entendimento entre duas pessoas, à teimosia, à rixa, à zanga, à antipatia, à aversão, à implicância e ao aborrecimento, enfim basicamente tudo aquilo que desejava secretamente nunca ter de aturar...
Toda a vida me aterrorizaram aquelas cenas em espaços públicos de crianças a rebolarem-se pelo chão, a gritarem e a reivindicarem direitos que julgam ter como adquiridos, e mais pais a tentarem mediar conflitos como se estivessem no Médio Oriente e outros a perderem a cabeça e a bofetearem tudo o que lhes aparece pela frente...
Já me tinham garantido que a partir dos 2 anos se iniciavam estes episódios (inclusivamente há crianças mais precoces que começam logo a dar um ar da sua graça com 1 ano de idade), mas até agora eu esfregava as minhas mãozinhas de contentamento porque a Nônô parecia estar imune a qualquer coisita que se assemelhasse a esta caturrice, mas enganei-me!
Há uns dias começaram estes comportamentos, sempre em casa (graças a Deus!) e sempre à mesma hora! A Nônô nunca achou muita graça à hora de deitar e associa o acto de lavar os dentes com o recolher obrigatório e aqui começa o filme...sou eu a chama-la e ela a ignorar-me porque está a ouvir pela milionésima vez as canções do Panda e dos Caricas e não quer ser perturbada, depois começo a correr atrás dela e ela a fugir à minha frente e a maratona termina sempre comigo a agarra-la e ela a esgueirar-se tipo enguia por entre gritos, choro e muita manha...mas o filme continua com eu a querer que ela durma e ela aos pulos em cima da cama com se de um trampolim se tratasse e depois quer água e mais água que nunca bebe e continua a inventar tudo o que lhe ocorre para queimar o meu precioso tempo e, por fim, deita-se e quer uma história, mas depois nunca se contenta com uma só história e quer outra e mais outra até esgotar por completo toda a minha imaginação e paciência...
Como se isto não bastasse, constatei que a Nônô já tem a perfeita consciência do que significa a palavra "birra" e quando se apercebe que a hora mais indesejada do seu dia está prestes a chegar, tenta intimidar-nos e com um ar sarcástico ameaça com a frase "a Nônô vai fazer uma birra"...
Mas há várias teorias para lidar com birras e eu já tentei pôr todas elas em prática mas nenhuma resultou para minha grande frustração...comecei por seguir o conselho da avó Nhônhô e tentar ignorar o assunto, o que para o meu feitio lamentavelmente não dá, pelo que parti logo para o plano B sugerido pelo pediatra (que é do mais "zen" que se possa imaginar) e que se baseia no diálogo para a resolução de conflitos, o que me parece sempre lindo na teoria mas na prática não tem qualquer resultado porque nestas idades, tal como sucede com os castigos, é como se estivéssemos a pregar aos peixes. Decidi então elevar a minha voz (que já de si é suficientemente alta) para uns decibéis acima do habitual, o que para além de não surtir nenhum efeito, ainda verifiquei que a Nônô achava imensa graça ao meu "novo" tom de voz e tentava imita-lo, usando o mesmo timbre e entoação para falar com os seus bonecos; já em desespero de causa, também experimentei a palmada pedagógica que, como eu já suspeitava, só conduz a mais comportamentos de imitação...
Portanto desatei a ler tudo o que é artigo sobre este tema e cheguei à conclusão que nesta área como em tantos outros assuntos relacionados com crianças ninguém se entende, mas que a "birra" nada tem a ver com excesso de mimo ou falta de educação (UFA!!!); é mais uma chamada de atenção e um teste à permissividade parental, pelo que cada caso é um caso e o bom senso deve sempre imperar...pela minha parte tenho tentado contornar a situação e, na hora crítica da birra, levo o Titucho (um dos bonecos preferidos da Nônô) para a casa de banho e escovo-lhe os dentes (que não tem) numa tentativa de persuadi-la a imitar a acção e simultaneamente administro a mim própria umas doses reforçadas de paciência que me fazem tolerar o direito à BIRRRRA...

Ana Pádua
27/11/2014


a birra

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

...e as palavras de ordem são:

"Que chatice!" é a nova expressão que a Nônô encontrou para manifestar o seu desagrado quando a vida não lhe corre de feição...qualquer contrariedade ou obstáculo com o qual se depare é amenizado na sua cabeça com estas palavras. Assim, fiquei a saber que para a Nônô é uma verdadeira chatice a 2ª feira (e não é só para ela!), lavar os dentes, a hora de dormir e esquecer-me do pão para a bicharada do parque...
Todas os esclarecimentos e justificações que tento dar à Nônô terminam sempre com um "percebes?" e agora acho curioso que os seus longos diálogos com amigos e colegas também sejam rematados com o mesmo "percebes?"...
O vocabulário usado nas nossas conversas nunca foi muito ao estilo "babá", "chuchu", "didi", mesmo quando a sua idade era propícia a essa tentação. Claro que quando os miúdos começam a falar, tudo se resume a vocábulos monótonos e dissílabos e o que fazíamos nessa fase era repetir os sons emitidos, decifrando-os e proferindo em seguida a palavra genuína a que se referiam, tipo "titi" é gato, "bobó" é avó e "didi" é chucha. Nunca percebi se estávamos a agir correctamente ou não e muitas vezes me interroguei sobre a melhor maneira de dialogar com a criança, até que me tranquilizei porque na última reunião de pais, a educadora da Nônô terminou o seu infindável discurso sobre a aprendizagem linguística das criancinhas dizendo que "o cão não é ão-ão, o cão é cão e faz ão-ão, a comida não é papa, a ovelha não é memé e o carro não é popó". WHAT ELSE?!...
"Foi de vela" é outra expressão à qual a Nônô recorre frequentemente e é usada quando perde algum objecto ou quando a sua adorada bola de futebol é chutada e vai parar ao meio do lago dos patos e "deu o bafo" é a frase aplicada quando coloca as suas delicadas mãozinhas em algo que imediatamente fica feito em cacos; ambas as expressões foram "herdadas" do papá...
Da avó Nhônhô, também já apanhou algumas manifestações através de palavras, nomeadamente aquelas em que é solicitada a intervenção da protecção divina e onde se enquadram "Ai, meu Deus" e "Ai, Jesus" e que invariavelmente precedem um grande disparate e, por isso, quando ecoam nos meu ouvidos, já sei que me vou deparar com a bela da asneirada...
Eu sei que a partir duma certa idade os miúdos são uns autênticos papagaios (e dos cinzentos que falam que se desunham) que repetem tudo aquilo que ouvem, mas o que mais me tem fascinado é a capacidade de memorização de tantas expressões e a aplicação adequada a cada situação quotidiana e a maior graça está na constante descoberta de expressões que eu nem desconfiava que fizessem recorrentemente parte do nosso dia-a-dia...
E ultimamente, as palavras de ordem por aqui são "VIVA PORTUGAL" e a toda a hora temos de ouvir saudações patriotas cá por casa, o que neste período que atravessamos é, no mínimo, estimulante, até porque este ano o dia de Portugal já passou e o euro 2016 ainda é uma miragem...e tudo porque há uns dias, durante um jantar com amigos, as crianças retiraram dum baú cachecóis e bandeiras de Portugal e resolveram por uma noite enaltecer o espírito da nação com gritos entusiastas de apoio ao país e nem o Pepe (o meu "sobrinho" de 4 patas) foi poupado!...

Ana Pádua
12/11/2014

os mais patriotas...
...e VIVA PORTUGAL!
Pepe, o cão "tuga"






segunda-feira, 27 de outubro de 2014

O 1º corte de cabelo e...

Desde o nascimento da Nônô (e já lá vão 2 anos e 4 meses) que o seu cabelo ainda não tinha visto uma tesoura e há uns dias foi o dia! 
Não estava a cumprir nenhuma promessa (tipo "só te corto o cabelo quando o Benfica for novamente campeão europeu de futebol"), mas a única razão para o constante adiar desta decisão prendia-se com o meu gosto pessoal em pentear-lhe os largos caracóis e prender-lhe o cabelo num rabo de cavalo. Tratei de explicar-lhe o que se iria passar no cabeleireiro, prometi-lhe um presente se o seu comportamento fosse exemplar  e o seu entusiasmo com toda a situação fez-me prever que o desfecho seria pacífico...
Assim que chegámos ao local escolhido, a Nônô sentou-se numa cadeira e colocaram-lhe uma longa capa amarela com uns cães muito engraçados que a deixou surpreendida por nunca se ter visto com semelhante indumentária e a atenção que lhe foi dada por todas as cabeleireiras, esteticistas, manicures e técnicas de coloração deixou-a embevecida...a doce Lurdes cortou-lhe o 1º caracol que foi religiosamente guardado numa caixinha que lhe tinha sido oferecida propositadamente para o efeito e a verdade é que a Nônô comportou-se lindamente na 1ª ida ao cabeleireiro e mais parecia que todas as semanas era cliente do salão...
E como o prometido é devido, no final teve como presente um conjunto de canetas de feltro (mais um para juntar a outros tantos que lhe foram oferecendo e com o continuado uso se inutilizaram) para criar as suas adoradas "obras"...
Mas, nas mãos das criancinhas, as canetas são sempre um pau de dois gumes e, se por um lado, os mais pequenos passam umas horinhas (ou melhor dizendo uns minutinhos) entretidos sem fazerem disparates e estimulando a sua imaginação, por outro, todos os petizes têm uma fixação quase doentia por desenvolverem a sua criatividade numa parede branca, num sofá claro ou numa cadeira cândida. A Nônô já tinha tentado grafitar uma parede lá de casa, mas prontamente cortei-lhe a arte e não repetiu o feito, mas desta vez, na ausência de um sofá alvo, resolveu personalizar uma cadeira (que de imaculada já não tinha muito), qual Kandinsky ou Pollock nos seus melhores dias!
E foi assim que o 1º corte de cabelo inspirou a 1ª obra de arte!

Ana Pádua
27/10/2014

old look
...de rabo de cavalo

...ou de trança






















au coiffeur

new look e "só falta um bocadinho assim"

caixa "Poleiro da Tininha"

o 1º caracol

a 1ª obra de arte



segunda-feira, 20 de outubro de 2014

My favourite football player

Gosto de futebol e apesar de não perder o meu precioso tempo a ver grandes jogos do género Real Madrid-Barcelona ou Chelsea-Manchester United, sou menina para investir umas horitas de vida a assistir a um jogo da selecção nacional e a um derby tipo Benfica-Sporting ou Benfica-Porto...talvez por isso, "bau" que significa bola no vocabulário da Nônô, foi uma das suas primeiras palavras e é o objecto com o qual mais gosta de brincar e, consequentemente, jogar futebol é uma das suas actividades preferidas. Podia ter-lhe dado para gostar de ténis, andebol, voleibol, basquetebol ou qualquer outro desporto que se pratique com uma bola, mas futebol é realmente aquele a que ela acha graça...e nós também!
A verdade é que a Nônô tem um jeito inato para este desporto, tem pontapé certeiro, força no remate e não pode ver nenhum grupo de crianças a jogar futebol que imediatamente irrompe pelo campo dentro até conseguir ficar com o "esférico"...uns irritam-se com a ousadia da miúda e desatam a chorar, outros ficam perplexos com a situação e fazem queixinhas aos respectivos pais e alguns (muito poucos) acham-lhe piada e entram na brincadeira, mas depois tentem tirar-lhe a bola dos pés...se conseguirem!!! Tivesse nascido "Francisco" e já estaria por esta altura inscrita numa qualquer escolinha de futebol...
As bonecas nunca a encantaram e são, sem dó nem piedade, diariamente desmembradas, decapitadas e descabeladas...também gosta de ouvir uma boa história que em nada se assemelhe aos contos infantis que eu tanto me esforcei por aprender ou, nalguns casos, por recordar...o que a Nônô aprecia mesmo é a bela da história com personagens reais e inspirada em episódios quotidianos, como por exemplo, "O tio Kacão vai passear a Maggie ao parque" ou "A bobó Nhônhô vai ao supermercado" ou "O primo Gonzo vai voar no avião" ou "O piu-piu caiu da árvore e foi salvo pelo papá", enfim quase todos os amigos e família têm direito a serem protagonistas numa pequena história inspirada, na maioria das vezes, em factos comuns e verídicos...
Ultimamente as histórias têm variado mais um pouco e englobam "O voo da águia Victória" e "33, diga lá outra vez" e, nem de propósito, há uns dias tive uma agradável surpresa na minha caixa de correio...uma camisola do SLB personalizada com o nome da Nônô e com o número 22. Se a memória não me falha, este era o número da camisola do Nuno Gomes, ou se o número dele não era o 22, era o 21 ou o vinte e qualquer coisa, mas para o caso também não interessa nada, até porque o 22 é o meu número favorito e, ao que sei, de momento nenhum jogador do Benfica o ostenta, ou melhor, a partir de agora será o número usado com muito orgulho por MY LITTLE TREASURE...

Ana Pádua
20/10/2014

...my favourite football player
...de saias
ou de calças...
...com o pé direito
ou com o pé esquerdo...
...e um livre directo
33, diga lá outra vez!


quarta-feira, 24 de setembro de 2014

EU GOSTO!

A Nônô usa chucha, "didi" como lhe chama, desde a sua 1ª horinha de vida extra-uterina e, apesar de estarem sempre a chamar-me a atenção para as consequências da elevada dependência do uso da mesma (nomeadamente no que se refere à dentição), eu continuo a considerar que a chucha tem mais vantagens do que inconvenientes e, por isso, eu GOSTO! Para além de acalmar e ajudar a conciliar o sono, reduz o stress e a dor, representa o afecto , o mimo e a segurança e ainda é um óptimo meio de administração de medicamentos como as gotas para as cólicas, as vitaminas ou o gel para aliviar o desconforto causado pela erupção dos primeiros dentes, portanto eu GOSTO!
A Nônô tem uma colecção de chuchas considerável que fui guardando e da qual não me consigo desfazer porque eu  GOSTO
Contrariamente a outros seus pertences, que com o tempo deixaram de servir ou de ter qualquer utilidade, aos quais demos um destino útil na associação Ajuda de Berço, as chuchas, logicamente e por questões higiénicas, foram-se amontoando lá por casa e, no outro dia, dei por mim a pensar no que fazer com todas elas...umas já não são apropriadas para a sua idade, outras com as quais nunca simpatizou, algumas que lhes deu tanto uso que as desgastou, duas ou três que inexplicavelmente ainda são do seu agrado e UMA que ainda é a preferida...e resolvi fazer um quadro com todas as chuchas, cujo resultado eu GOSTO
Mas quanto à chucha que ainda usa, a Nônô gosta, eu GOSTO, mas a sua educadora não gosta porque a regra da escolinha que frequenta é que a chucha é só para dormir...eu reconheço que controlarem 15 criancinhas com chuchas de diferentes cores e formas não deve ser tarefa fácil, já para não falar nos outros objectos que vêm sempre atrelados ao uso da chucha, tipo fralda inseparável, peluche preferido ou brinquedo predilecto e, para piorar mais ainda o cenário, a designação que cada criança resolve dar à chucha, como "didi", "bubu", xuxu", entre outras tantas com as quais me fui familiarizando no último ano, também não ajuda em nada...há quem não ache piada nenhuma a este tipo de rituais, mas eu GOSTO!
Na turma da Nônô, só ela e outro colega é que ainda são "chucho-dependentes" e, curiosamente, têm outro denominador comum, o facto de ambos terem os pais mais velhos, pelo que tudo me leva a crer que, a partir duma certa idade, ou somos mais permissivos ou temos mais sensibilidade auditiva...
Ultimamente e, talvez por influência do infantário, a Nônô diz-me que já não quer chucha porque é crescida e quando lhe pergunto quem é agora o bebé da mamã responde-me prontamente que é a "Minho" ou a "Lena" que são umas bebés muito queridas, filhas de casais amigos e que têm pouco mais de um mês de idade, pelo que para a Nônô são mesmo pequeninas...mas felizmente ainda há sempre aqueles momentos em que a Nônô também quer ser pequenina, vai buscar a chucha, enrosca-se no meu colo e diz-me que é o bebé da mamã e eu GOSTO!
Esta semana, a Nônô recebeu  uma nova chucha, a mais original, a mais divertida e de longe a mais "cool" que alguma vez usou...a própria chucha é um polegarzinho virado para cima, ou seja, um grande símbolo "LIKE" que significa a sua adoração pelo uso da mesma e, claro, eu GOSTO!

Ana Pádua
24/09/2014


LIKE!
with...

or without...

o quadro

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Era uma vez...

Era uma vez uma avenida perdida no meio de uma cidade...
...a avenida, de tão pequena, podia ter só nome de rua e a cidade, de tão escura, nunca me encantou, talvez por eu nunca ter conseguido vislumbrar a tal luminosidade de que tantos falam quando se referem a Lisboa...
Mas eu sempre gostei da famosa avenida, dos amplos passeios, dos canteiros impecavelmente tratados, do comércio local, das agradáveis esplanadas, do transmontano (o Sr José) que no Outono vendia castanhas e assim que chegava o Verão inebriava a avenida com o cheiro fresco dos morangos, dos cães com porte altivo que acompanhavam os seus donos e faziam esta rua assemelhar-se a uma qualquer avenida parisiense...
Hoje já nada é assim e, embora os passeios continuem amplos, os canteiros já não estão tão cuidados, as lojas desapareceram quase todas, as poucas esplanadas que resistiram estão praticamente desertas, o Sr José já deve ter ido para a sua terra e dos cães nem sinal...tudo está descaracterizado!
Raramente vou a Lisboa, o que não me causa qualquer síndrome de privação da capital e só consigo apreciar alguma da sua beleza nos fins de semana e em Agosto, quando tudo está longe do reboliço quotidiano. Nestas férias fizemos uma visita à tal avenida e, no meio de toda a degradação em que a mesma se transformou, encontrámos um local muito acolhedor...a ardósia com o menu fixada à porta do estabelecimento chamou a minha atenção e, inexplicavelmente, a empatia com aquele lugar que me parecia tão familiar foi imediata...da decoração do espaço à agradável esplanada, das iguarias que passavam à minha frente à "bella ragazza" que servia às mesas, tudo se estava a compor...fiz o meu pedido e, enquanto aguardava pelo sumo e pela melhor bruschetta de tomate e mozzarella de que tenho memória, observei que a Nônô estava sentada à porta do estabelecimento com uma expressão que quis imediatamente registar. Deitei a mão à máquina fotográfica e, quando me preparava para imortalizar o momento, reparei que a simpática italiana estava gentilmente a contribuir para o enquadramento da foto, pelo que tinha ido buscar todos os arranjos florais decorativos do seu espaço comercial e com eles estava a criar um belo cenário....
Claro que a expressão que eu tinha em mente captar, foi destornada pela preplexidade da Nônô que em poucos segundos se viu rodeada de flores e envolvida pelos sorrisos de todos os que estavam na esplanada e mais daqueles que ocasionalmente por ali passavam e paravam para ver a "produção fotográfica"...
Perdi uma foto com alma, mas ganhei uma fotografia com história!...e a fotografia com a dedicatória "Il mio picollo fiore" já está pronta para ser entregue em mão numa rua que está tão impregnada de saudosismo como os poemas escritos outrora por quem deu nome à AVENIDA...GUERRA JUNQUEIRO!

Ana Pádua
16/09/2014


il mio piccolo fiore
Un sogno di fiori...


Quello che succede qui?



Mi piace!

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Regresso às aulas

As férias acabaram, o Verão felizmente ainda não! Já tinha saudades de algumas rotinas, a esolinha da Nônô era uma delas e, por isso, foi com grande entusiasmo que esta manhã se iniciou mais um ano lectivo. 
Para a Nônô, este processo teve de ser bem preparado porque atendendo a que esteve o mês de Agosto longe de rotinas, o regresso não se previa pacífico...durante as férias e assim que acordava, as suas frases eram invariavelmente " Nônô féias", "não qué cola" e "qué casa bobó", que traduzindo o seu dialecto significam que a Nônô está de férias, não quer escola e quer ir para casa da avó Nhõnhõ...
Apesar da criança gostar bastante da escola, reconheço que no fim de Julho já estava farta, aliás não era só ela, nós também! Sempre os mesmos horários, sempre a mesma hora de acordar, sempre a mesma correria matinal e sempre o mesmo stress ao pequeno almoço pois a Nônô não é nada fácil na hora das refeições!...só gosta de ingerir os mesmos alimentos que me vê comer, portanto o meu pequeno almoço que era há décadas flocos "zero" com fruta e leite magro teve forçosamente de ser substituído por argolas de mel e leite meio-gordo que eu não aprecio...e o problema maior é que o café, que eu não dispenso para acordar, é a parte desta refeição que a criancinha mais gosta e também quer degustar...enfim, só visto!
Faz agora um ano que a Nônô iniciou o seu percurso escolar e tanto a sua adaptação como a sua evolução superaram as nossas expectativas...é das mais novas da sua turma (só existe um menino ainda mais novo do que ela) e foi enternecedor ver o carinho com que foi acolhida pelos outros coleguinhas quando, o ano passado, ali chegou...as raparigas eram todas muito queridas e os rapazes foram sempre uns autênticos cavalheiros! O saldo foi muito positivo e nem as temíveis doenças infecto-contagiosas assombraram o 1º ano escolar, o que de resto era o nosso único receio.
Este ano, a Nônô tem a mesma turma, mas outra sala e outras educadoras (é a política da escola conhecerem novas educadoras a cada ano); não sei se gosto ou se pedagogicamente é o mais correcto, mas há que confiar e ver como corre esta readaptação...
Felizmente, neste regresso às aulas ainda não tivemos que "levar" com a Violeta nem com nenhum outro ídolo da moda e esperamos que, daqui por um bom par de anos, o ídolo volte a ser o Snoopy que sempre é um personagem bem mais interessante para qualquer "BACK TO SCHOOL"...

Ana  Pádua
08/09/2014

há 1 ano atrás...

...hoje


quarta-feira, 13 de agosto de 2014

WE LOVE BLINGS

A Nônô tem um fascínio por acessórios e não há colar, pulseira ou brincos a que resista...na verdade, ela adora tudo o que é complemento e não são raras as vezes em que, ao aperceber-se que vamos passear, corre para literalmente se "adornar" com tudo o que apanha à mão!
Chama "fios" aos colares, "puxeiras" às pulseiras e diz que quer "bincos" como a mamã e a bóbó, mas por enquanto furar-lhe as orelhas está fora de questão, a não ser que a criancinha tivesse nascido espanhola e, mesmo assim, não sei se o permitiria!
A gaveta onde se encontram as minhas "preciosidades" é diariamente vasculhada e, como de mim herdou não só o gosto por este tipo de objectos mas também a força e a falta de delicadeza no tacto, onde habitualmente coloca as suas graciosas mãozinhas, estraga tudo, por isso, alguma bijuteria que eu tanto estimava e guardava religiosamente de há muitos anos a esta parte, já está feita em cacos... 
Recentemente a tia Fátima (a minha querida cunhada que é muito prendada) executou e ofereceu-lhe um quadro que é simultaneamente um porta-acessórios e tem feito as suas delícias...já está pendurado na parede do seu quarto com todos os seus complementos à mão e assim tudo está organizado e ao seu alcance, para que as minhas estimadas "jóias" tenham mais um tempinho de vida útil!
E, como há muito estava prometido, fomos visitar a Bling`s, a loja de sonho da Maria, uma amiga cheio de talento e bom gosto que executa artesanalmente todas as suas peças e ainda tem a capacidade de criar tudo aquilo que pretendemos e idealizamos...e passam pelas suas mãos centenas de artigos, desde bijuteria a roupa, passando por sandálias, saídas de praia, sacos, bolsas e afins...todo um maravilhoso mundo que faz as delícias de todos os que visitam a loja e ficam agradavelmente surpreendidos com a simpatia e com o trabalho criativo da Maria que ainda decora espaços, organiza eventos, entre tantas outras coisas, feitas com muito amor e carinho mas sempre com o seu cunho pessoal. E nesta visita, eu e a Nônô quisemos fazer uma surpresa à Maria e surpreendêmo-la com uns calções da sua autoria que fazem um original "pendant" entre mãe e filha e são uma graça para o Verão...
A loja foi uma perdição para a Nônô, que desde então só fala na "loja da Mia", e as almofadas de cheirinho com a forma de coração que gentilmente recebemos já estão penduradas no roupeiro do seu quarto e significam a nossa paixão pela Bling`s...
Boas férias e até breve porque WE LOVE BLINGS!!!

Ana Pádua
13/08/2014

nós e a Maria
na Bling`s...
...a tentação
a Nônô e a querida Maria
a Nônô e a simpática Joana
...e a felicidade da 1ª jóia




quadro porta-acessórios
WE LOVE BLINGS