A Nônô delira com o Halloween e é assim desde os dois anos de idade...não sei de onde herdou este gosto porque na família ninguém tem paciência para "carnavaladas" nem tão pouco para "americanadas" importadas.
De princípio ainda pensei que fosse pelo teor de guloseimas e pela carga de chocolate associada a esta data ou até mesmo pelas cores alusivas a este dia como o roxo, o laranja e o preto que, por sinal, são as suas preferidas, mas depressa me apercebi que a Nõnô vibra mesmo com abóboras, bruxas, fantasmas, gatos pretos e acima de tudo com morcegos! Chega a ser cómico porque não lhe escapa nada que faça parte deste mundo assombrado e, como gosta tanto de doces e de pregar partidas, a comemoração é mesmo especial!
Um dos primeiros objectos que teve relacionados com este tema assustador foram uns ganchos com uns morcegos que, por graça, comprei há uns anos atrás e que fazem sucesso até hoje...seguiu-se uma varinha com uma abóbora, umas asas e umas orelhas de morcego, um chapéu de bruxa, um fato ao estilo "thriller" (herdado do Antoninho) e a surpresa deste ano foram umas meias repletas de morcegos que estavam bem guardadas mas, não sei bem como, foram descobertas antes da data prevista e foi difícil convencer a Nônô a guarda-las até hoje, o dia das bruxas!
Um dos primeiros objectos que teve relacionados com este tema assustador foram uns ganchos com uns morcegos que, por graça, comprei há uns anos atrás e que fazem sucesso até hoje...seguiu-se uma varinha com uma abóbora, umas asas e umas orelhas de morcego, um chapéu de bruxa, um fato ao estilo "thriller" (herdado do Antoninho) e a surpresa deste ano foram umas meias repletas de morcegos que estavam bem guardadas mas, não sei bem como, foram descobertas antes da data prevista e foi difícil convencer a Nônô a guarda-las até hoje, o dia das bruxas!
Eu sempre considerei um pouco estranho esta tradição pagã anteceder celebrações cristãs, ou seja, ser na véspera do dia de todos os santos e na antevéspera do dia dos fieis defuntos e, apesar da idade me ter feito compreender que a morte também faz parte da vida, continua a ser um tema do qual não gosto muito de falar e, por isso, nunca foi um assunto abordado com a Nônô que já conheceu pessoas maravilhosas que deixaram muitas saudades...reconforta-me saber que, ao desfolharmos os nossos álbuns de fotografias, ela tenha presente na sua memória o nome de todos aqueles que a amaram incondicionalmente, como o Victor, a Bea e a Paula e que, infelizmente, não puderam acompanhar o seu crescimento como eu desejaria...comove-me sempre e disfarço a lágrima que fica no canto do olho, mas faço questão de manter por perto alguns objectos oferecidos por esses amigos e salientar o quanto gostavam da Nônô.
Mas, não sei se correcta ou incorrectamente, a palavra morte sempre foi interdita cá em casa e o assunto até era um pouco tabu, tudo para não termos de explicar à Nônô, algo que eu considero que ela ainda tem muito tempo para tomar consciência, até ao dia em que passeávamos no parque e avistámos um pombo moribundo e eu apressei-me a dizer-lhe que o bicho estava a dormir, ao que ela me respondeu "Mãe, não está nada a dormir, está mesmo morto!". Eu fiquei mesmo foi sem "pio" por uns breves minutinhos até me lembrar de perguntar como é que ela sabia, ao que a Nônô me respondeu que tinha aprendido com o Ruca, esse estupor de boneco animado, a quem o respectivo paizinho resolveu explicar o assunto num episódio que me deve ter escapado!...
Por agora, enquanto a Nônô se prepara para visitar alguém e fazer as perguntas da praxe deste dia, como sejam "doçura ou travessura?" e "doce ou partida?", eu vou pegar na minha vassoura, encontrar o Ruca e o respectivo paizinho e pregar-lhes um susto de morte...
Ana Pádua
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