Nunca tive muito jeito para trabalhos manuais, como a pintura ou os bordados, mas aprecio imenso quem tem talento de artista. Também não tenho muita paciência para coisas minuciosas, até porque não sou muito delicada no tacto e, regra geral, onde ponho as mãozinhas, em vez de consertar, desconserto, de tal modo que o Pedro costuma dizer que os meus dedos mais parecem uns alicates de grifos...
Mas no meu imaginário sempre esteve presente aquele tipo de quadro oferecido por uma "tia" prendada quando a cegonha nos deixa a encomenda...o belo do quadro bordado em ponto cruz, onde consta o nome da criancinha, mais a data de nascimento e, em certos casos, o peso e a altura com que a mesma veio ao mundo...
As tias verdadeiras da Nônô, que é como quem diz as minhas queridas cunhadas, têm mais que fazer que ponto cruz, e as "tias"
emprestadas, ou seja as minhas amigas, até que são dotadas de muitos
predicados, mas nenhuma executou o que eu tinha sonhado e, por isso, resolvi armar-me em moça prendada e fazer um quadro para o quartinho da Nônô...
Numa bomba de gasolina perto de minha casa adquiri uma revista que, passo a passo, me deu umas ideias e dicas preciosas para a execução do trabalhito...com um tecido próprio para o efeito e mais umas linhas de cores bem vivas e divertidas lá me iniciei nas artes e, embora tenha ficado pelo nome "Leonor" e mais uma bonecada escolhida ao acaso, embrenhei-me no assunto como se não houvesse amanhã...
Aquilo é um bocado viciante, uma pessoa começa e depois não consegue parar...abstrai-se de tudo, alheia-se do mundo ao redor e esquece-se até do horário das refeições...só descansamos mesmo quando terminamos!
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