O último fim-de-semana era aguardado com entusiasmo desde que surgiram os primeiros rumores que o desconfinamento estava eminente e a vida voltaria a uma certa normalidade.
Assim, no passado Sábado, a Alcateia 729 Cascais partiu para o seu primeiro acampamento e foi gratificante retomar as rotinas do agrupamento. O comportamento exemplar dos lobitos é indiscutivelmente o reflexo da atenção, carinho e empenho com que os "chefes" planeiam cada actividade,
A Nônô sempre nutriu grande simpatia pelas suas catequistas, que com as suas vozes doces, serenas e meigas repetem constantemente a frase "vamos falar de Jesus, Maria e José", mas depressa teve de se adaptar ao escutismo regido pela ordem e disciplina militar, onde o grito "BANDO BRANCO DA MELHOR VONTADE, DA MELHOOOOOR VONTADE!" ecoa a quilómetros de distância...
Foi um fim de semana longe de tecnologias, de solicitações e de convites para aniversários ou festas do pijama e, destas últimas, nem se quer ouvir falar! Já era espectável que, mais dia menos dia, um convite destes surgisse, mas o que não se esperava é que a primeira festa do pijama para a qual a Nônô estivesse convidada, se realizasse em casa dum amigo e não duma amiga! Não sei porque é que o rapaz, ao invés de convidar uns pares com a sua identidade de género para passarem um serão a jogarem fortnite ou minecraft, resolveu infernizar a cabeça da sua própria mãe até conseguir persuadi-la a convidar duas amigas. Por sorte, o pai da outra amiguinha convidada é do tipo "pandémico" e, alegando o COVID, cortou logo o "barato" da criançada e o assunto ficou logo ali encerrado, até porque o evento mais parecida com uma festa do pijama permitido à Nônô, foi mesmo a pernoita num acantonamento na sede dos escuteiros, há dois anos atrás.
Desta vez, a excitação foi grande com a preparação da mochila, onde não poderia faltar o saco cama e mais o colchonete, o pijama e alguns produtos de higiene, o bloco de campo, a caneta, o chapéu e o imprescindível protector solar, os mantimentos para a estadia e o cantil da água, sem nunca esquecer a máscara e o álcool-gel.
No regresso vieram as histórias de muita animação e da confraternização possível, da aprendizagem e da introspecção desejada, das caminhadas pela mais bela vila que culminaram com um peddypaper comemorativo dos 40 anos do agrupamento.
E no final ficam sempre as memórias das experienciadas vivenciadas, o que leva cada criança a sonhar, projectar e apreciar este mundo, o que contribui para a construção da sua personalidade fortemente marcada pelo sentido da vida em comunhão com os outros e com a natureza.
O escutismo, mais do que uma actividade ou um modo de vida, é uma viagem de descoberta...e que venham muitas mais!
Ana Pádua
31/05/2021
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