segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Doçura ou travessura???

A Nônô delira com o Halloween e é assim desde os dois anos de idade...não sei de onde herdou este gosto porque na família ninguém tem paciência para "carnavaladas" nem tão pouco para "americanadas" importadas.
De princípio ainda pensei que fosse pelo teor de guloseimas e pela carga de chocolate associada a esta data ou até mesmo pelas cores alusivas a este dia como o roxo, o laranja e o preto que, por sinal, são as suas preferidas, mas depressa me apercebi que a Nõnô vibra mesmo com abóboras, bruxas, fantasmas, gatos pretos e acima de tudo com morcegos! Chega a ser cómico porque não lhe escapa nada que faça parte deste mundo assombrado e, como gosta tanto de doces e de pregar partidas, a comemoração é mesmo especial! 
Um dos primeiros objectos que teve relacionados com este tema assustador foram uns ganchos com uns morcegos que, por graça, comprei há uns anos atrás e que fazem sucesso até hoje...seguiu-se uma varinha com uma abóbora, umas asas e umas orelhas de morcego, um chapéu de bruxa, um fato ao estilo "thriller" (herdado do Antoninho) e a surpresa deste ano foram umas meias repletas de morcegos que estavam bem guardadas mas, não sei bem como, foram descobertas antes da data prevista e foi difícil convencer a Nônô a guarda-las até hoje, o dia das bruxas!
Eu sempre considerei um pouco estranho esta tradição pagã anteceder celebrações cristãs, ou seja, ser na véspera do dia de todos os santos e na antevéspera do dia dos fieis defuntos e, apesar da idade me ter feito compreender que a morte também faz parte da vida, continua a ser um tema do qual não gosto muito de falar e, por isso, nunca foi um assunto abordado com a Nônô que já conheceu pessoas maravilhosas que deixaram muitas saudades...reconforta-me saber que, ao desfolharmos os nossos álbuns de fotografias, ela tenha presente na sua memória o nome de todos aqueles que a amaram incondicionalmente, como o Victor, a Bea e a Paula e que, infelizmente, não puderam acompanhar o seu crescimento como eu desejaria...comove-me sempre e disfarço a lágrima que fica no canto do olho, mas faço questão de manter por perto alguns objectos oferecidos por esses amigos e salientar o quanto gostavam da Nônô.
Mas, não sei se correcta ou incorrectamente, a palavra morte sempre foi interdita cá em casa e o assunto até era um pouco tabu, tudo para não termos de explicar à Nônô, algo que eu considero que ela ainda tem muito tempo para tomar consciência, até ao dia em que passeávamos no parque e avistámos um pombo moribundo e eu apressei-me a dizer-lhe que o bicho estava a dormir, ao que ela me respondeu "Mãe, não está nada a dormir, está mesmo morto!". Eu fiquei mesmo foi sem "pio" por uns breves minutinhos até me lembrar de perguntar como é que ela sabia, ao que a Nônô me respondeu que tinha aprendido com o Ruca, esse estupor de boneco animado, a quem o respectivo paizinho resolveu explicar o assunto num episódio que me deve ter escapado!...
Por agora, enquanto a Nônô se prepara para visitar alguém e fazer as perguntas da praxe deste dia, como sejam "doçura ou travessura?" e "doce ou partida?" eu vou pegar na minha vassoura, encontrar o Ruca e o respectivo paizinho e pregar-lhes um susto de morte...

Ana Pádua
31/10/2016 

my little batwoman
morcegos...
morcegos...
...e mais morcegos
doçura...

...e travessura

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Nônô by Ana Mercedes

O programa preferido da Nônô é ir para a minha clínica, ou melhor dizendo, "clíquina" que é a palavra usada para se referir ao meu local de trabalho. É a única palavra que não consigo corrigir-lhe a fonética e, apesar das inúmeras tentativas que faço, a missão tem-se revelado impossível e é frequente a Nônô perguntar às pessoas se conhecem a minha "clíquina" e convidar quem se lembra para uma visita à "clíquina"...o pior é que mexe em tudo (no que pode e mais no que não pode), desarruma, considera-se "dona" do estabelecimento, diz às pessoas que é veterinária e, como se não bastasse, ainda se intitula doutora e já vai opinando qualquer coisa!...
Há uns meses atrás, conheci a Ana (por intermédio de uma amiga comum) e concordei em recebê-la na minha clínica onde ela precisava de estar algum tempo para poder concluir um dos muitos cursos que já tirou ao longo da sua vida...foi num daqueles dias para esquecer, mau para mim, pior para ela que logo na primeira abordagem ia ficando com a sua mãozinha na boca dum pitbull e, no meio dos acontecimentos desse dia, eu cheguei a pensar que nada ia dar certo, que o nosso entendimento não ia ser pacífico e que, em comum, só tínhamos mesmo o nome próprio...já passaram uns largos meses desde esse dia, muita coisa aconteceu e, apesar da Ana só estar presente um dia por semana porque tem outra actividade, a verdade é que as minhas 2as feiras nunca mais foram como dantes...
Descobri uma pessoa interessante e interessada, multifacetada e com inúmeras áreas de interesse, com imenso jeito para lidar com animais e pessoas, que adora fotografar e tem a técnica, o talento e o equipamento e faz umas sessões fotográficas descontraídas onde consegue captar naturalmente o melhor de cada momento e os interessados podem fazer marcações através do mail straubita@hotmail.com
Na última 2ª feira fui buscar a Nônô à escola e, para seu regozijo, fomos para o meu local de trabalho onde também estava a Ana que, nesse dia, vinha munida da sua câmara e quis fazer umas fotografias no jardim que fica nas proximidades da clínica. A Nônô nem sabia bem ao que ia mas, só de  imaginar que teria direito a uma volta no emblemático carrossel do jardim, o seu entusiasmo era grande e, por isso, nem pestanejou, deu a mão à Ana, olhou para trás com um sorriso contagiante, acenou-me entusiasticamente enquanto dizia "até já mãe!"
Não assisti à sessão, mas o mote foi mesmo a felicidade que nem mesmo a chegada do Outono conseguiu destronar, pois a alegria captada nas imagens e a satisfação com que ambas chegaram ao pé de mim, foi o suficiente para eu perceber que tinham sido momentos muito bem vivenciados e uma experiência a repetir...
À Ana  agradeço, não só a ajuda preciosa ao longo destes meses de partilha, aprendizagem e companheirismo, mas também a surpresa que me fez ao captar estas imagens de genuína felicidade...
OBRIGADO!!!

Ana Pádua
12/10/2016

Welcome Autumn

collecting...
...little moments
felicidade é...
amar...

sentir-se amada...

desfrutar cada momento...

e os pequenos prazeres...

...e, no fim de cada dia, agradecer!
OBRIGADO!!!