segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Um Domingo radical

Este ano, o verão de São Martinho superou todas as expectativas e eu não tenho memória de em Novembro pôr os pés na praia nem tão pouco constatar que a temperatura da água do mar pode ainda estar tão agradável...
A Nônô herdou de mim o gosto pela rua e um só dia enclausuradas em casa provoca--nos uma tremenda falta de ar, pelo que actividades ao ar livre são o melhor programa que lhe podemos proporcionar. Assim sendo, sábado e domingo são sempre dias de actividades outdoor, quase sempre acompanhadas por um dos seus três veículos...a par da sua cadeira de passeio que nunca amou, tem uma bicicleta que eu não amo e uma trotinete que veio colmatar o seu eterno sonho de ter um skate...
Quanto à cadeira de passeio, o seu uso sempre foi muito reduzido, porque assim que começou a andar, conseguir manter a Nônô na cadeira revelou-se uma missão impossível porque o seu desejo de independência e a sua ânsia de autonomia superavam em grande escala o seu cansaço e, actualmente, só quando prevê que o passeio será uma autêntica maratona, é que pede que levemos a cadeira porque segundo ela "está cansada das pernas".
Em relação à "bicla" que é a versão rufia utilizada pela Nônô para designar a sua bicicleta, a qual nem é digna deste nome porque não tem pedais e, ao que parece, o único objectivo desta invenção é favorecer o equilíbrio, mas a verdade é que quando as crianças ainda não têm equilíbrio estão sempre a cair destes magníficos velocípedes e, quando já o têm, desequilibram-se na mesma e estão sempre no chão, por isso, as ditas "biclas" são um pesadelo e eu estou sempre na esperança que a Nônô não se lembre que tem uma...
Mas quando a Nônô se apanha na sua trotinete é vê-la lançar-se ao mais alto estilo e, quando atinge a velocidade desejada, salta para cima da prancha e a sua máxima é "saiam da frente que aqui vou eu!". Claro que de vez em quando também sai um trambolhão e ontem, devido às irregularidades do piso, deve ter batido todos os recordes de quedas mas, qual "cool girl", depressa se ergue e, sem uma única lágrima para dramatizar o momento, sacode as mãos enquanto diz "acontece", apanha a trotinete da chão, começa a dar impulso e depressa ganha novamente velocidade...
...e a avaliar por todos os sorrisos que lhe ofereceram aqueles que por ela passaram e obrigatoriamente tiveram de desviar-se da sua trajectória, só pode estar no bom caminho!...

Ana Pádua
16/11/2015

my little cool girl
...alguém terá de desviar-se...

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