sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

O 1º Festival da Nônô

Só me lembro de ter assistido a dois grandes concertos na minha vida...um foi o dos Genesis e o outro foi o do Phill Collins e, se a memória não me falha, o primeiro em 1992 e o segundo em 1994, portanto já lá vão mais de duas décadas e, desde então, a minha presença em eventos desta natureza não foi muito além de um concertozito de Xutos aqui ou um espectaculozito de Rui Veloso ali ou qualquer outra coisita acoli. Quanto a festivais (tipo Sudoeste, Vilar de Mouros, Super Bock-Super Rock, Paredes de Coura, Marés Vivas, etc) nem quero ouvir falar e também dificilmente me apanhariam a ver agrupamentos com nomes sugestivos do género "The Killers" ou "30 seconds to Mars" e tenho as minhas dúvidas que daqui a 1/4 de século ainda alguém se lembre deles. A juntar a esta curta cronologia, a última vez que pus os meus pés no Campo Pequeno, não devia estar no meu perfeito juízo e fui arrastada para assistir a um concerto dumas aves raras que dão pelo nome de Arctic Monkeys e, tal como naquela canção intitulada "A Paixão (segundo Nicolau da Viola)", também eu, naquele dia, não fiquei nem meia-hora, não fiz um esforço para gostar e fui-me embora...
Por tudo isto, só mesmo a Nônô para me convencer a ir ao Campo Pequeno a um espectáculo com a designação de festival no nome, mais concretamente ao "Festival do Panda e dos Caricas". Durante o último mês, o seu entusiasmo era grande e dizia a quem lhe aparecesse pela frente "A Nônô já tem bietes pó Panda" e este foi, sem dúvida, o melhor presente que lhe oferecemos neste Natal.
O Panda, como o nome sugere, é um urso gigante de peluche que até tem um ar bem fofinho, agora os Caricas são uns autênticos "cromos" que respondem pelos nomes de Pipa, Clarinha, Matias e Pedro, sendo este último o ídolo da Nônô. Ainda antes do espectáculo começar, assim que a referida criatura passou no corredor contíguo às nossas cadeiras, a criança correu para os seus braços para lhe roubar um beijo e eu nem queria acreditar que passei noites sem dormir durante dois anos consecutivos, a aliviar cólicas, a minimizar o desconforto dos primeiros dentes, a acalmar pesadelos, para agora ver a Nônô a idolaterar um desconhecido, ou talvez não, porque a verdade é que o tal Pedro mais parece ser da família e entra (via televisão) pela casa dentro a toda a hora e, embora não seja motivo suficiente para eu simpatizar com ele, é o quanto baste para eu já ter memorizado a maior parte das letras das suas canções. A verdade é que, desde aí, a Nônô não se cansa de espalhar ao mundo que o Pedro lhe deu um beijo, o que até tem a sua graça porque obviamente quase ninguém sabe quem é o sujeito...e o beijo, tal como eu costumo dizer, é sempre melhor roubado do que pedido...
Quanto a festivais, decerto herdou do papá o gosto por este tipo de espectáculos e suspeito que será uma festivaleira que irá para a 1ª fila nos concertos, na esperança que um qualquer Robbie Williams desta vida, a puxe por um braço para cima do palco para com ele cantar a música da sua vida...

Ana Pádua
26/12/2014

à entrada do Campo Pequeno...
a festivaleira
os "cromos"

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

All we need is...LOVE!

Existe uma parede em minha casa com a qual nunca simpatizei, acontece!...nunca percebi  se o problema estava em mim ou na parede, mas o que sei é que desde que habito nesta casa que o meu desamor por ela era uma realidade...todas as noites, quando me sentava no sofá bem de frente para a dita parede, pensava que nunca nos entenderíamos e que assim passaríamos os nossos dias incompatibilizadas e eu mais parecia estar de castigo a contemplar uma parede nua, completamente despida de alma...
Por diversas vezes, tentei apaziguar os ânimos e por ela passaram muitos objectos, como a televisão, um espelho original, quadros de cães (muitos!), óleos com lindas paisagens de Cascais, mas por um motivo ou por outro, nenhuma peça pairou por lá muito tempo e, com o passar dos anos, menos eu sabia o que fazer com a parede, que ainda por cima nem dava para ir abaixo por se tratar de uma parede mestra.
Há uns dias, estava eu a "visitar" um dos meus blogs predilectos de decoração e deparei-me com uma ideia que me pareceu muito original e que aliava dois conceitos que me agradaram: a arte de imortalizar momentos e o amor...tratava-se de um coração gigante todo feito com fotografias e que me pareceu logo a solução ideal para transformar o meu desamor pela parede em verdadeiro amor...
Gosto muito de fotografia, mas o que eu gosto mesmo é de fotografar! E gosto particularmente de fotografar animais e crianças, por serem espontâneos, por dificilmente pararem quietos, por não se fazerem à fotografia, enfim pela estimulante dificuldade...só quem gosta de fotografia como eu, compreende a satisfação sentida quando se consegue captar o momento que se tem em mente registar...
A Nônô também já aprecia fotografias, gosta de identificar a família e os amigos nas imagens e adora abrir os seus álbuns que, além de fotos, têm escrita a sua própria história de vida e, de tantas vezes a ouvir, já tem memorizados muitos "capítulos"...
Mas, no que toca a fotografar, tenho outras manias, gosto de grandes planos e de fotografias de meio corpo e tenho o vício terrível de praticamente só tirar fotografias verticais, pelo que as fotos panorâmicas nunca me saem nada de jeito e fotografias horizontais tenho poucos exemplares...e aqui começou o meu grande desafio, porque na minha fonte de inspiração, todas as imagens eram horizontais e conseguir o resultado pretendido com um "mix" de molduras verticais e horizontais não era tarefa fácil e, assim, tive de reorganizar o "coração" para o efeito ser aquele que idealizei...a execução não foi simples, mas o resultado superou as minhas expectativas e foi logo amor à primeira vista!
Por agora, estou enamorada pela minha "nova" parede e, como tudo na vida pelo que verdadeiramente me apaixono, espero que seja para a vida e é mesmo bom que seja, porque a parede ficou toda esburacada e cravada de pregos de alto a baixo!
Quanto à arte de imortalizar momentos, as fotografias escolhidas para as molduras foram seleccionadas de um modo criterioso, pelo que todas têm uma história e todas foram tiradas em dias memoráveis e em datas especiais; quanto ao amor e, apesar de eu não ser a pessoa mais afectuosa deste mundo, gosto sempre de dizer às pessoas especiais o quanto as amo e, por isso, só tenho de arranjar mais espaço cá em casa para continuar a confessar às paredes de quem EU GOSTO...
I LOVE YOU!!!

Ana Pádua
17/12/2014 

a fonte de inspiração...


...e o meu coração

true love

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

My little Christmas tree

Admiro imenso aquelas pessoas que em Outubro já têm tudo idealizado para o Natal, em Novembro já têm tudo preparado para o grande dia e em Dezembro já só pensam na Páscoa do próximo ano...não sei se são extremamente organizadas ou se dispõem de muito tempo livre, só sei que (in)felizmente não padeço de nenhum destes males e, por isso, à boa maneira portuguesa, é tudo feito à última hora. Mas este ano decidi inverter a tendência, não só porque a Nônô já aprecia muitas das coisas alusivas a esta quadra, mas acima de tudo porque vou ter a casa cheia na noite da consoada, ou seja, vou ter a família toda reunida (e já somos quase 20!) e, portanto, na véspera de Natal vou ter mais em que pensar do que na decoração do lar.
Quanto ao presépio nunca me preocupo porque não sai do mesmo sítio e está montado 365 dias por ano; é um presépio minimalista, feito em barro por um artesão e foi-me oferecido há muitos anos pela minha mãe, pelo que tenho por ele a maior estima, mas como de há uns tempos para cá, a Nônô também lhe começou a achar alguma graça e, antes que o meu adorado presépio ficasse feito em cacos, a avó Nhõnhõ resolveu oferecer-lhe um outro apropriado à sua idade, feito em tecido e com umas figuras amorosas, portanto este ano temos dois presépios cá em casa...
E ontem, finalmente fizemos a nossa árvore de Natal! À excepção de um ano em que tive a infeliz ideia de adquirir um pinheiro natural que vinha carregado de bichezas estranhíssimas que viraram uma autêntica praga, de há muitos anos a esta parte, a árvore é sempre a mesma e o "décor" também, embora todos os Natais eu tente acrescentar um ou outro adorno aos já existentes. A Nônô gosta muito da árvore, principalmente de alguns peluches que nela penduro, mas o que a fascina mesmo são as luzes! Este ano, resolvi que o pinheiro de Natal, tal como o presépio, seria em duplicado...além do tradicional pinheiro, arranjei outra árvore bem à altura e gosto da Nônô, ou seja, uma árvore à sua escala e toda decorada com figuras de chocolate...é óbvio que os enfeites desta pequena árvore, nem de perto nem de longe vão chegar à ante-véspera de Natal, muito menos à véspera ou ao próprio dia, mas não quero saber porque até lá certamente farão as delícias da criança e a sua felicidade é contagiante. Por agora é ver a Nônô, toda animada, deitar a mão às figuras de chocolate e, enquanto as desembrulha, pergunta-me "mãe, póxo?" e, claro, a mãe deixa! 
A miúda é altamente viciada em chocolate e descobre sempre os locais onde habitualmente os escondo (acho mesmo que só me falta enfiar chocolates na banheira!)...eu sei que não é correcto o vício em guloseimas, eu sei que o chocolate não é saudável para os dentes, eu sei que a adição ao açúcar faz mal, eu sei que o pediatra vai passar-se quando souber que a Nônô devora chocolates de manhã, à tarde e à noite, eu sei que jurei a mim mesma nunca ceder a caprichos infantis, mas como uma colega minha costuma dizer "era muito melhor mãe antes de o ser", por isso, só nesta época, os chocolates estão para regozijo da Nônô à sua total disposição, até porque o Natal é das crianças, o Natal é quando um homem quer e...o Natal é quando a mãe deixa!
FELIZ NATAL!!!

Ana Pádua
15/12/2014 

...a deitar a mão

...a desembrulhar
...e a saborear
a árvore tradicional
os presépios