quarta-feira, 24 de setembro de 2014

EU GOSTO!

A Nônô usa chucha, "didi" como lhe chama, desde a sua 1ª horinha de vida extra-uterina e, apesar de estarem sempre a chamar-me a atenção para as consequências da elevada dependência do uso da mesma (nomeadamente no que se refere à dentição), eu continuo a considerar que a chucha tem mais vantagens do que inconvenientes e, por isso, eu GOSTO! Para além de acalmar e ajudar a conciliar o sono, reduz o stress e a dor, representa o afecto , o mimo e a segurança e ainda é um óptimo meio de administração de medicamentos como as gotas para as cólicas, as vitaminas ou o gel para aliviar o desconforto causado pela erupção dos primeiros dentes, portanto eu GOSTO!
A Nônô tem uma colecção de chuchas considerável que fui guardando e da qual não me consigo desfazer porque eu  GOSTO
Contrariamente a outros seus pertences, que com o tempo deixaram de servir ou de ter qualquer utilidade, aos quais demos um destino útil na associação Ajuda de Berço, as chuchas, logicamente e por questões higiénicas, foram-se amontoando lá por casa e, no outro dia, dei por mim a pensar no que fazer com todas elas...umas já não são apropriadas para a sua idade, outras com as quais nunca simpatizou, algumas que lhes deu tanto uso que as desgastou, duas ou três que inexplicavelmente ainda são do seu agrado e UMA que ainda é a preferida...e resolvi fazer um quadro com todas as chuchas, cujo resultado eu GOSTO
Mas quanto à chucha que ainda usa, a Nônô gosta, eu GOSTO, mas a sua educadora não gosta porque a regra da escolinha que frequenta é que a chucha é só para dormir...eu reconheço que controlarem 15 criancinhas com chuchas de diferentes cores e formas não deve ser tarefa fácil, já para não falar nos outros objectos que vêm sempre atrelados ao uso da chucha, tipo fralda inseparável, peluche preferido ou brinquedo predilecto e, para piorar mais ainda o cenário, a designação que cada criança resolve dar à chucha, como "didi", "bubu", xuxu", entre outras tantas com as quais me fui familiarizando no último ano, também não ajuda em nada...há quem não ache piada nenhuma a este tipo de rituais, mas eu GOSTO!
Na turma da Nônô, só ela e outro colega é que ainda são "chucho-dependentes" e, curiosamente, têm outro denominador comum, o facto de ambos terem os pais mais velhos, pelo que tudo me leva a crer que, a partir duma certa idade, ou somos mais permissivos ou temos mais sensibilidade auditiva...
Ultimamente e, talvez por influência do infantário, a Nônô diz-me que já não quer chucha porque é crescida e quando lhe pergunto quem é agora o bebé da mamã responde-me prontamente que é a "Minho" ou a "Lena" que são umas bebés muito queridas, filhas de casais amigos e que têm pouco mais de um mês de idade, pelo que para a Nônô são mesmo pequeninas...mas felizmente ainda há sempre aqueles momentos em que a Nônô também quer ser pequenina, vai buscar a chucha, enrosca-se no meu colo e diz-me que é o bebé da mamã e eu GOSTO!
Esta semana, a Nônô recebeu  uma nova chucha, a mais original, a mais divertida e de longe a mais "cool" que alguma vez usou...a própria chucha é um polegarzinho virado para cima, ou seja, um grande símbolo "LIKE" que significa a sua adoração pelo uso da mesma e, claro, eu GOSTO!

Ana Pádua
24/09/2014


LIKE!
with...

or without...

o quadro

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Era uma vez...

Era uma vez uma avenida perdida no meio de uma cidade...
...a avenida, de tão pequena, podia ter só nome de rua e a cidade, de tão escura, nunca me encantou, talvez por eu nunca ter conseguido vislumbrar a tal luminosidade de que tantos falam quando se referem a Lisboa...
Mas eu sempre gostei da famosa avenida, dos amplos passeios, dos canteiros impecavelmente tratados, do comércio local, das agradáveis esplanadas, do transmontano (o Sr José) que no Outono vendia castanhas e assim que chegava o Verão inebriava a avenida com o cheiro fresco dos morangos, dos cães com porte altivo que acompanhavam os seus donos e faziam esta rua assemelhar-se a uma qualquer avenida parisiense...
Hoje já nada é assim e, embora os passeios continuem amplos, os canteiros já não estão tão cuidados, as lojas desapareceram quase todas, as poucas esplanadas que resistiram estão praticamente desertas, o Sr José já deve ter ido para a sua terra e dos cães nem sinal...tudo está descaracterizado!
Raramente vou a Lisboa, o que não me causa qualquer síndrome de privação da capital e só consigo apreciar alguma da sua beleza nos fins de semana e em Agosto, quando tudo está longe do reboliço quotidiano. Nestas férias fizemos uma visita à tal avenida e, no meio de toda a degradação em que a mesma se transformou, encontrámos um local muito acolhedor...a ardósia com o menu fixada à porta do estabelecimento chamou a minha atenção e, inexplicavelmente, a empatia com aquele lugar que me parecia tão familiar foi imediata...da decoração do espaço à agradável esplanada, das iguarias que passavam à minha frente à "bella ragazza" que servia às mesas, tudo se estava a compor...fiz o meu pedido e, enquanto aguardava pelo sumo e pela melhor bruschetta de tomate e mozzarella de que tenho memória, observei que a Nônô estava sentada à porta do estabelecimento com uma expressão que quis imediatamente registar. Deitei a mão à máquina fotográfica e, quando me preparava para imortalizar o momento, reparei que a simpática italiana estava gentilmente a contribuir para o enquadramento da foto, pelo que tinha ido buscar todos os arranjos florais decorativos do seu espaço comercial e com eles estava a criar um belo cenário....
Claro que a expressão que eu tinha em mente captar, foi destornada pela preplexidade da Nônô que em poucos segundos se viu rodeada de flores e envolvida pelos sorrisos de todos os que estavam na esplanada e mais daqueles que ocasionalmente por ali passavam e paravam para ver a "produção fotográfica"...
Perdi uma foto com alma, mas ganhei uma fotografia com história!...e a fotografia com a dedicatória "Il mio picollo fiore" já está pronta para ser entregue em mão numa rua que está tão impregnada de saudosismo como os poemas escritos outrora por quem deu nome à AVENIDA...GUERRA JUNQUEIRO!

Ana Pádua
16/09/2014


il mio piccolo fiore
Un sogno di fiori...


Quello che succede qui?



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segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Regresso às aulas

As férias acabaram, o Verão felizmente ainda não! Já tinha saudades de algumas rotinas, a esolinha da Nônô era uma delas e, por isso, foi com grande entusiasmo que esta manhã se iniciou mais um ano lectivo. 
Para a Nônô, este processo teve de ser bem preparado porque atendendo a que esteve o mês de Agosto longe de rotinas, o regresso não se previa pacífico...durante as férias e assim que acordava, as suas frases eram invariavelmente " Nônô féias", "não qué cola" e "qué casa bobó", que traduzindo o seu dialecto significam que a Nônô está de férias, não quer escola e quer ir para casa da avó Nhõnhõ...
Apesar da criança gostar bastante da escola, reconheço que no fim de Julho já estava farta, aliás não era só ela, nós também! Sempre os mesmos horários, sempre a mesma hora de acordar, sempre a mesma correria matinal e sempre o mesmo stress ao pequeno almoço pois a Nônô não é nada fácil na hora das refeições!...só gosta de ingerir os mesmos alimentos que me vê comer, portanto o meu pequeno almoço que era há décadas flocos "zero" com fruta e leite magro teve forçosamente de ser substituído por argolas de mel e leite meio-gordo que eu não aprecio...e o problema maior é que o café, que eu não dispenso para acordar, é a parte desta refeição que a criancinha mais gosta e também quer degustar...enfim, só visto!
Faz agora um ano que a Nônô iniciou o seu percurso escolar e tanto a sua adaptação como a sua evolução superaram as nossas expectativas...é das mais novas da sua turma (só existe um menino ainda mais novo do que ela) e foi enternecedor ver o carinho com que foi acolhida pelos outros coleguinhas quando, o ano passado, ali chegou...as raparigas eram todas muito queridas e os rapazes foram sempre uns autênticos cavalheiros! O saldo foi muito positivo e nem as temíveis doenças infecto-contagiosas assombraram o 1º ano escolar, o que de resto era o nosso único receio.
Este ano, a Nônô tem a mesma turma, mas outra sala e outras educadoras (é a política da escola conhecerem novas educadoras a cada ano); não sei se gosto ou se pedagogicamente é o mais correcto, mas há que confiar e ver como corre esta readaptação...
Felizmente, neste regresso às aulas ainda não tivemos que "levar" com a Violeta nem com nenhum outro ídolo da moda e esperamos que, daqui por um bom par de anos, o ídolo volte a ser o Snoopy que sempre é um personagem bem mais interessante para qualquer "BACK TO SCHOOL"...

Ana  Pádua
08/09/2014

há 1 ano atrás...

...hoje