Foi com orgulho e entusiasmo que a Nõnô passou a integrar o Corpo Nacional de Escutas (CNE), mais concretamente o agrupamento 729 Cascais, pelo qual tenho um carinho especial, não só por ser conterrâneo mas porque foi idealizado e fundado por alguém que deixou muitas saudades na paróquia e também porque por lá passaram alguns dos meus amigos, cujos valores se mantiveram pela vida fora...
A vontade de encontrar uma actividade extracurricular para a Nônô, especialmente uma actividade de grupo, prendeu-se desde logo com a sua crescente necessidade de relacionamento com os pares, uma vez que a turma que integra na escola é formada maioritariamente por elementos masculinos (17 rapazes e 3 raparigas) e a procura de amizades noutros anos começou a ser uma constante.
Durante a semana, a carga horária escolar significativa, os TPC (dos quais sou defensora!) e o trabalho da maioria dos pais, não deixam muito tempo disponível para a prática de mais nada e nunca me pareceu muito produtivo (considero mesmo contraproducente) fazer maratonas a levar criancinhas do ballet para a natação e da patinagem para a música ou lá para o que quer que seja, até porque têm exercício físico na escola e têm a vida inteirinha pela frente para escolherem uma modalidade com a qual se identifiquem e pela qual se apaixonem.
A par disso, a Nônô sempre gostou de impor a sua vontade e, apesar de apreciar esse traço da sua personalidade, comecei a preocupar-me quando alguns dos seus colegas me abordavam na escola e diziam-me “A Nônô quer mandar em nós todos!” e, se por um lado, eu pensava que a Nônô estava no bom caminho (até porque as queixas vinham invariavelmente dos rapazes), por outro, algo me dizia que talvez fosse urgente a criança perceber que existem algumas regras e hierarquias que convém respeitar...e assim, a ideia de inscrevê-la nos escuteiros começou a fazer cada vez mais sentido!
O escutismo mais do que uma actividade é um modo de vida…a par da cidadania e de uma série de mais valias de ordem cívica, ainda oferece a possibilidade de socialização com muitas outras crianças, jovens e adultos, acrescido do exercício físico que também é praticado regularmente e mais o contacto com a natureza que é sempre promovido e privilegiado.
A integração superou as expectativas e tivemos a felicidade do chefe dos Lobitos deste agrupamento ser o pai de um coleguinha de turma da Nônô, o qual também por lá anda, o que facilitou todo o processo.
Por entre jogos e actividades, vão desenvolvendo capacidades e apurando talentos, vão percebendo que existem regras e uma hierarquia mas que, no final, o convívio entre todos, a partilha de tarefas e a interajuda resultam numa aprendizagem mútua indispensável para a vida. A ordem e a disciplina são uma constante e, talvez pelo mentor do movimento ter sido um militar, as regras estão bem definidas e, indiscutivelmente, são para ser cumpridas!
Depois há todo um patriotismo incutido que é importante e, desde logo, aprendem a respeitar dois dos símbolos nacionais: a bandeira e o hino! A letra d’ “A Portuguesa” foi memorizada rapidamente e passou a ser entoada com convicção e a toda a hora lá por casa e nem imagino o que passou pela cabeça da vizinhança…
O movimento também promove as boas acções, fomentando a solidariedade para com o próximo e o altruísmo e foi numa tentativa de explicar isso mesmo à Nônô que, um dia, resolvi dar-lhe um exemplo...disse-lhe que se um escuteiro observar a queda de alguém, ao invés de se rir, ajuda a pessoa a erguer-se. O exemplo ficou na sua cabeça e, desde então, não tem parado de dizer que não vê ninguém cair para poder dar uma mãozinha e sentir a emoção de ajudar e eu começo a temer que brevemente alguém leve um empurrãozinho ou coisa que o valha...
O lema do mais forte proteger sempre o mais fraco é cativante e emocionante. É de louvar o carinho com que os mais velhos ajudam os mais novos, sem nunca deixarem de estimular a sua autonomia e independência, mas garantindo sempre a sua segurança e lembrando que as conquistas de uns são as vitórias de todos!
O lenço no pescoço, a mochila nas costas, o saco-cama, a fogueira, as amizades para toda a vida, os raides e mil e uma aventuras só se vivem nos escuteiros!
O lenço amarelo, que em breve a Nônô receberá, simboliza o Sol e Jesus Cristo que ilumina a vida e ajuda a crescer...
Um Santo Natal para todos e um Ano Novo repleto de felicidade!!!
Ana Pádua
20/12/2019
Alerta, sempre alerta!
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a caminho do 1º acampamento
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e toca a formar...
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...para o hino cantar!
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