domingo, 26 de junho de 2016

1, 2, 3 e...4!

Hoje, aqui por casa, é o dia mais importante do ano e é assim de há 4 anos para cá! É dia de festejarmos o aniversário da Nônô para quem a vida é uma festa constante e ansiosamente esperava por esta data...
Tem uma pressa de crescer assustadora e quando lhe perguntamos o porquê de querer crescer, responde sempre que é para ter um bebé...a primeira vez que ouvi isto até deitei as minhas mãos à cabeça porque é uma daquelas respostas que assusta qualquer um, principalmente quando temos a certeza que em casa NUNCA ouviu algo semelhante. Eu digo-lhe sempre que os bebés são muuuiiiito chatos e dão muuuiiiito trabalho que é para dissuadi-la destas ideias precoces, mas depois de ouvir centenas de vezes a mesma resposta e de muito pensar de onde lhe surgiria esta ideia peregrina, lá me tranquilizei  porque penso que a história do bebé se prende só com a ideia de ter um ser mais novo em quem pudesse mandar e exercer um pouco do seu lado ditador até porque a Nõnô é ciumenta (muuiiiito!) de tudo o que seja criança e, só a título de exemplo, eu estou proibida de chamar "querido" ao António que é filho da minha amiga Paula porque, segundo a Nônô, "querida" é ela e também já me disse que não quer que eu trate o miúdo por Antoninho pois, aos seus ouvidos, deve soar a algo também carinhoso...e isto é só uma pequena amostragem da ciumeira porque, quanto à Madalena, que é filha de outra amiga, está sempre a ordenar à mãe da criança que a ponha na cama, justificando que a pequena deve estar com sono e quando se apercebe que vamos sair com a tia Tacha e com a sua filha, sugere que a bebé fique em casa à guarda da Maggie que é o cão da família...enfim, para cada "problema", a Nônô encarrega-se de encontrar uma solução à altura do acontecimento e o seu poder de argumentação chega a ser desconcertante!
As suas amigas do peito têm uns bons anos a mais que ela e simplesmente são idolatradas pela Nônô porque lhe dedicam toda a atenção; quis o destino que todas nascessem no mesmo dia e, portanto, hoje a Nônô soprará 4 velas, a Caetana 9 e a Carolina 16 e eu espero que sejam todas muito felizes e que a sua amizade perdure no tempo tal como a que me une às famílias que hoje também estão em festa.
Mas o ente querido da Nônõ é, sem sombra de dúvidas, o tio João, que já teve o cognome de super-tio mas a quem ultimamente decidimos tratar por "tiozinho" (ciumeira,claro!) porque, quando o meu irmão chega, pára tudo e, quando digo tudo, é mesmo t-u-d-o!...e é tudo para dar ao tio, tudo para mostrar ao tio, tudo para fazer com o tio, tudo para dizer ao tio e tudo para brincar com o tio...e o resto da família que se dane!
É teimosa, muito teimosa, aliás em termos de teimosia bate-me aos pontos (o que não é nada fácil!) e palpita-me que vai dar muito trabalho, mais do que a prima Pipa deu, ainda dá e todos desejamos que brevemente deixe de dar!
Gosta muito da natureza e de todos os animais e ultimamente lembrou-se de pedir um cão (que vai ter de esperar!) e convictamente diz-se veterinária (que também vai ter de ser trabalhado para inversão ideológica).
É fascinada pelos bombeiros e adora médicos...seguramente que quando crescer vai fazer parte daquele grupo de pessoas cujo hobby é "checar-se" da cabeça aos pés e, quando o processo termina, começa a fazer exames dos pés à cabeça...adora o pediatra (a quem chama o médico dos livros :-)), simpatiza com a oftalmologista (que trata por doutora brinquedos) e até as enfermeiras do centro de saúde já lhe caíram na graça e, como o seu comportamento é invariavelmente exemplar, recebe sempre os mais rasgados elogios, o que a enche de orgulho e contribui para que frequentemente me peça para lhe marcar consultas para os olhos, para os ouvidos, para as alergias e para mais tudo o que se lembre no momento. As batas brancas nunca a intimidaram e uma das últimas frases que ouviu dum médico foi "haja alguém que goste de nós!"...
É tagarela e expõe as suas ideias de um modo que envergonharia qualquer Jorge Jesus, "rouba-me" imensas expressões e já se apercebeu que o meu discurso é frequentemente pautado por tópicos (tipo ponto nº 1: vais lavar os dentes, ponto nº 2: vais vestir o pijama e ponto nº 3: vais para a cama), pelo que, no outro dia, a caminho de casa, disse-me "Mãe, ponto nº 1: a camisa do António já não me serve, ponto nº 2: este gancho não me segura o cabelo e ponto nº 3: preciso ir ao CascaiShopping" e eu pensei "Meu Deus, a criança está a falar como eu...PERIGO!!!"
E é assim a Nônô nos seus 4 anos, a filha que já se apercebeu que lhe acho a maior das graças e que sou de riso fácil, portanto, quando faz disparates e o caso não é para brincadeiras, ela olha para a minha cara séria e diz "ri-te, ri-te, ri-te mãe, por favor!"
Parabéns minha querida (é assim que gostas de ser tratada!) e que continues a rir e a fazer-nos rir por muitos anos porque a vida tem de ser mesmo uma festa!...

Ana Pádua
26/06/2016

4 anos...


...e a vida é uma festa!

quarta-feira, 8 de junho de 2016

O anjo da guarda...

A imaginação das crianças não tem limites e, de vez em quando, a dos adultos também não!
No meu caso particular, já perdi a conta às vezes que tive de dar boleia ao Panda e partilhar a minha vida com os Caricas, que é o mesmo que dizer dar banho à Clarinha, o jantar à Pipa, um raspanete ao Matias ou um berro ao Pedro e tudo porque a Nônô insiste em trazer para dentro de casa estas "adoráveis" criaturas...a avó Nhõnhõ não gosta nada deste tipo de ficção e já fez saber que o Panda e os Caricas não entram em sua casa (que até tem sempre as portas abertas a todas as pessoas!) e tivemos de respeitar a decisão.
Com quase 4 anos, é natural que a criança ainda tenha alguma dificuldade em separar a realidade da fantasia, bem como perceber e aceitar algumas rotinas; por exemplo, para a Nônô sempre foi complicado compreender o facto de adormecer na minha cama (sim, sim, não é o mais correcto mas é o que se arranja!) e acordar na dela e, de algum tempo a esta parte, começou a questionar-me sobre este assunto e outros tantos...
Tive a consciência que se lhe dissesse a verdade, verdadinha, iria cair-me em cima e, caso atribuísse responsabilidades aos seus amigos imaginários, encomendar-lhes-ia um sermão com missa cantada, por isso, encontrei no anjo da guarda o meu melhor aliado, até porque não há ninguém melhor para zelar pela sua segurança e bem estar e, deste modo, quando a Nônô adormece, o "anjinho" coloca-a na sua própria cama, tapa-a, aconchega-a e da-lhe um beijinho enquanto lhe deseja uma noite descansada.
Mas o anjo da guarda também é guloso e, pela surdina da noite, depois de desempenhar todas as funções que lhe estão atribuídas e o trabalhinho ser dado como concluído, não resiste ao pecado da gula e ataca as guloseimas da Nônô...o pior é quando o dia nasce e há invólucros de chocolate espalhados pelo sofá e embalagens de gelados vazias na cozinha e mais pacotes de bolacha em cima da mesa mas, mesmo perante este cenário devastador, a criança aprendeu a não resmungar ou questionar a protecção divina...
Claro que já me disse várias vezes que nunca o viu, que gostava de conhecê-lo (o nome dele julgo ser Gabriel no catolicismo ou Haaiah quando a "coisa" puxa para o esoterismo!) e até já disse à avó Nhõnhõ que o anjo da guarda comeu muitos dos seus ovos da Páscoa, que adora os mesmos gelados que ela e devora alguns chocolates que estão lá por casa mas, como ao "anjinho" tudo é permitido, o "crime" passa impune...até porque a Nônô sabe que ele é seu amigo e está sempre disposto a cuidar dela, a elogia-la pelos seus feitos e conquistas, a ajuda-la a progredir, bem como a presenteá-la quando o seu comportamento é exemplar. E assim, foi com orgulho e satisfação que, no dia 20/05, as fraldas nocturnas passaram também a fazer  parte do passado e a Nônô encarregou-se de espalhar ao mundo que o anjo da guarda  tinha deixado uma nota na minha carteira para comprarmos um presente porque já não fazia xixi na fralda e lá fomos em busca de uma lembrança para assinalar a data...
Brincadeira à parte, espero que a Nônô tenha sempre no céu um anjo da guarda para proteger e iluminar a sua vida, mas é tão bom termos um "anjinho" na terra personificado na figura do pai ou da mãe!...

Ana Pádua
08/06/2016 

a "anjinha", o quadro...


...e a oração