segunda-feira, 24 de março de 2014

O "Péu" da Prima Pipa

"Péu" é a mais recente palavra no vocabulário da Nônô e significa chapéu. 
Das poucas coisas da Nônô que guardei do Verão passado foram os chapéus, na esperança que este ano ainda lhes pudesse dar o devido uso, mas já nenhum dos "péus" lhe serve e ontem, quando me preparava para ir comprar um novo chapéu, recebi um telefonema...era a minha cunhada a pedir-me para passar lá por casa porque a minha sobrinha Filipa tinha algo para oferecer à prima Nônô. 
Por coincidência era um chapéu...um chapéu de tecido encarnado com umas florzinhas multicolores amorosas, um chapéu do qual eu me lembrava perfeitamente do tempo em que a Filipa era criança, um chapéu que já tem pelo menos 20 aninhos e permanece actual, um chapéu que a prima Pipa usou inúmeras vezes mas está impecavelmente estimado, um chapéu que viajou muito por paisagens idílicas e por destinos de sonho e nunca se perdeu, um chapéu com muitas histórias e que inclusivamente já foi retratado e imortalizado num quadro, um chapéu que carinhosamente foi guardado num baú com algumas recordações de infância da Filipa, um chapéu que a prima Pipa fez questão de oferecer à Nônô, um chapéu que a Nônô herdou com muito entusiasmo...
A Nônô adorou o chapéu e desde o momento em que o colocou na cabeça não quis mais tira-lo...contrariamente aos outros "péus", em que para conseguirmos mantê-los na cabeça da Nônô travávamos sempre uma dura batalha, com este novo "péu", o processo inverteu-se e somos nós a querermos tira-lo e a Nônô a contrariar a tendência. Há coisas inexplicáveis!
Vamos acrescentar mais uns contos à história deste chapéu e tentar colocar-lhe mais umas milhas em cima...até porque chapéus há muitos, mas como O "Péu" da Prima Pipa não há nenhum!

Ana Pádua
24/03/2014

...há 20 anos atrás na cabeça da prima Pipa
...20 anos depois na cabeça da Nônô
as primas


segunda-feira, 10 de março de 2014

Um passeio no parque

O nosso passeio de fim-de-semana incluiu, como é hábito, uma visita ao Parque Marechal Carmona. Para mim, é o espaço verde mais convidativo e acolhedor do concelho. Fascina-me a imensidão do arvoredo, os trilhos para uns inspiradores passeios pedonais, a permissão para passear cães (à trela!), o amplo relvado, os pavões, a magnífica paisagem, o museu condes de Castro Guimarães, a capela de São Gonçalo, a soberba vista sobre a praia de Santa Marta (que é de postal ilustrado!), a zona das merendas, a biblioteca juvenil municipal, o mercado biológico que todos os sábados se realiza, os concertos mais ou menos alternativos que de vez em quando animam o espaço, o parque infantil e, acima de tudo, os lagos com os patos! 
A Nônô adora dar pão aos patos e, todos os fins-de-semana, a avó Nhônhô prepara-lhe um saco com pão cortado em cubinhos para que ela possa mais facilmente alimentar a bicharada...e aqui começa a nossa saga!
Alguém iluminado proibiu os visitantes de alimentar os patos, o que pessoalmente não compreendo porque desde o tempo em que os meus sobrinhos eram crianças (e já lá vão pelo menos vinte aninhos) sempre se deu pão aos patos e não veio mal ao mundo por isso, portanto não vai ser agora que a história vai mudar o seu rumo, até porque os animais parecem estar sempre esfomeados e já nos conhecem...mas não são só os patos que nos conhecem, o guarda do parque também, e pelos piores motivos!
Até há bem pouco tempo existiam dois lagos: um grande situado na entrada principal onde se concentravam todos os patos e outro, consideravelmente mais pequeno, escondido no meio do parque.
Habitualmente quando chegávamos, a nossa odisseia começava por vigiar o guarda para discretamente tentarmos dar o pão aos patos, mas os patos vinham em bando para cima de nós e era impossível passarmos despercebidos...e lá vinha o guarda repreender-nos com um sermão dominical e uma censura fastidiosa e importuna, dizendo que no lago principal não se podia alimentar os patos e que só era permitido fazê-lo no lago secundário, utilizando argumentos que nunca nos convenciam, e lá íamos nós para o 2º lago onde invariavelmente não havia patos, e na semana seguinte repetia-se o filme que mais parecia um ritual...até porque o guarda já nos conhecia e nós já conhecíamos o guarda e a Nônô já conhecia os patos e os patos já conheciam a Nônô!
Actualmente, devido ao último temporal, o lago situado na entrada principal do parque foi "desactivado" e os patos foram transferidos para o lago secundário e alguns devem ter ido mesmo para a panela porque o seu número está drasticamente reduzido...
O nosso passeio já não tem o mesmo encanto, nem a mesma missão, nem a mesma adrenalina!

Ana Pádua
10/03/2014

a descobrir a natureza...



a alimentar os patos



um passeio a pé...
a minha 1ª Yamaha


  


























o pavão a afugentar os patos

noutro tempo...

...quando íamos contra as regras