terça-feira, 10 de setembro de 2019

A caminho da escola (parte 2)

Hoje iniciou-se mais um ano escolar e, para a Nônô, representa o começo do 2º troço duma viagem que começou aqui...
A 1ª etapa da viagem foi marcante pelo fascínio da descoberta de todo um mundo novo e pela responsabilidade que a aprendizagem acarreta.
É gratificante ver o seu reconhecimento pela importância da alfabetização. Não são raras as vezes que, com convicção, diz "é bom saber ler" e dá-lhe um gozo bestial deixar os seus próprios recados manuscritos num papel, ler uma história, escrever um texto, mas também pegar (com consentimento) no telemóvel e ver as mensagens recebidas ou selecionar frases nos pacotes de açúcar do café Nicola onde inscrições do tipo "vale um sermão" ou "vale um puxão de orelhas" são rapidamente preteridas em função de outras como "vale mimo" ou "vale um beijo"...
A matemática foi encarada com entusiasmo, sendo o desenvolvimento do cálculo mental muito estimulante e, problemas que no enunciado envolvam "euros", são definitivamente a "praia" da Nônô...
Mas o grande desafio que se colocou durante o 1º ano foi mesmo a capacidade de concentração, aliás, esta é a maior dificuldade de muitas crianças porque os estímulos que actualmente têm à disposição (e não são só as novas tecnologias!) e as solicitações variadas que recebem a toda a hora complicam todo o processo, por isso, tentar manter o foco, talvez seja o repto mais complicado no que à educação diz respeito e só é conseguido se for incutido, ensinado e treinado desde cedo.
As vozes de burro (que não chegam ao céu!) que consideram contraproducente o tempo dedicado pelos pais (que têm disponibilidade e paciência) no estudo acompanhado aos filhos e defendem que as criancinhas só devem fazer o que lhes apetece, esquecem-se, seguramente, que talvez seja essa a razão da sobremedicação com os fármacos da moda porque obviamente é mais fácil administrar um medicamento do que partilhar 30 ou 45 minutos diários num processo mútuo de aprendizagem, conhecimento e troca de experiência.
No caso da Nônô, não foram raras as vezes  em que a caneta teimava em voar, a borracha nunca servia a que estava à mão, o lápis tinha de ser afiado pela milionésima vez e mais o seu coelho que, invariavelmente, também tinha de vir para a mesa de estudo...à semelhança de muitas crianças, também ela facilmente sairia dum qualquer consultório médico com um diagnóstico de hiperactividade e défice de atenção.
A Nônô, tal como todos os seus colegas, tem um carinho muito especial pela professora e, durante as férias, expressou várias vezes as saudades que sentia da Cátia, a professora que, há um ano, tão bem soube acolher a turma e que a acompanhará até ao final do ciclo.
O regresso às aulas é também tempo de reencontro e, apesar da Nônô saber que a sua melhor amiga mudou de escola, fará novas amizades e está ansiosa por conhecer o novo menino que integrará a turma e, para assinalar o momento, fez questão de preparar um miminho para todos os colegas.
Hoje, na sua mochila, para além dos livros, do material e dos miminhos, leva o seu primeiro "projecto", o qual foi idealizado com entusiasmo, realizado com empenho e será apresentado com a mesma confiança com que hoje partiu a caminho da escola e rumo ao 2º ano...
Boa sorte Nônô, que o caminho da escola continue a ser o caminho da felicidade!

Ana Pádua
13/09/2019

escola primária


caminho da escola (parte 1)

caminho da escola (parte 2)
















amigos de sempre...


...e amigos para sempre






rumo ao 1º ano

rumo ao 2º ano



o 1º projecto

a turma do 2º ano