quinta-feira, 5 de abril de 2018

Pedrito Coelho

A Páscoa já lá vai, bem como os ovos, as galinhas, as amêndoas, os folares mas, este ano, o coelho deixou descendência!...Tudo começou no Domingo de Ramos, quando a Nônô entrou numa loja de animais e literalmente se apaixonou por um coelho branquinho com os olhos delineados a preto, mais parecendo terem sido desenhados com "eyeliner" e foi assim uma espécie de amor à primeira vista! A criança ajoelhou-se, o animal aproximou-se do vidro como que a cumprimenta-la e ali permaneceram um tempo considerável numa perfeita empatia. 
Eu já tinha estado mais longe de adquirir um animal de estimação, mas um coelho, cuja vida se vai em menos dum fósforo, não estava de todo nos meus planos...um gato era a opção que há algum tempo ponderava porque a Nônô adora a gata do primo mais velho mas, por um motivo ou por outro, a altura certa ainda não tinha chegado. 
Contrariamente ao que acontece desde sempre quando a Nônô pede algo e a resposta é negativa e o assunto fica encerrado logo ali, naquela tarde de Domingo foi diferente...primeiro a Nônô começou a dizer que o animal era amoroso (o que realmente era verdade!), depois já dizia que adorava ter um coelho e, daí até começarem os pedidos incessantes para o levarmos para casa, foi em escalada! Nada a demovia daquela ideia e chegou mesmo a dizer que eu podia usar o seu dinheiro (que por nada deste mundo é gasto!) para ajudar nas despesas com o animal e eu só me ocorreu dizer-lhe que ia pensar no caso para poder zarpar rapidamente dali para fora na esperança que, no dia seguinte, o assunto caísse definitivamente no esquecimento...mas não, a Nônô voltou à carga na 2ª feira e perguntou-me se eu já tinha pensado no coelho e nunca mais me largou com a mesma história nos dias posteriores.
Na 6ª feira Santa voltei à loja, na esperança que o coelho já tivesse sido vendido e que o assunto se arrumasse de vez e, tal como eu tinha previsto, na Páscoa tudo o que é leporídeo desaparece à velocidade da luz e, claro, o "mascarilha" tipo Zorro já lá não estava! UFFA!!! 
A empregada da loja, que ainda se lembrava da cena enternecedora do Domingo anterior, prontificou-se a telefonar para o criador que lhe disse que já não tinha nenhum exemplar e eu suspirei de alívio até que a simpática rapariga, num rasgo de memória, me informou que em Sintra havia um coelho igual ao que tínhamos visto no Domingo. Eu duvidei mas dei-lhe o benefício da dúvida, pelo que decidi ir ao encontro do animal e se, por milagre, tivesse as mesmas características (cuja probabilidade eu julgava ser a mesma que acertar no euromilhões!) leva-lo-ia para casa, caso contrário, dava o caso por encerrado. Quando vi o coelho, constatei que era igualzinho ao que inicialmente conhecemos e fiquei incrédula com tamanha sorte, coincidênia ou lá o que quer que seja, decidindo assim leva-lo para casa.
A alegria da Nônô quando recebeu o coelho não tem discrição possível e eu achei deliciosa a solução encontrada por ela para não ser arranhada ...colocou umas luvas e problema resolvido! É que o bicho, mesmo depois de eu lhe cortar as unhas todas, continua com umas gânfias que não se aguenta...agora o animal não tem um minuto de sossego a não ser quando a criança está na escola, de resto vê televisão, anda de triciclo, de trotinete e em tudo o que tem rodas e a Nônô se lembra de inventar, mas incrivelmente parece gostar, principalmente quando a Nônô decide coloca-lo sobre uma almofada e dizer que ele é o rei no seu trono...e é mesmo a nossa jóia da coroa! 
Supostamente é anão, mas come como se não houvesse amanhã e desconfio que em breve vai transformar-se numa lebre e eu só espero que com toda a informação que os meus amáveis colegas me têm fornecido sobre lagomorfos, ele tenha muitos aninhos de vida porque dificilmente encontrarei outro igual...
Ah, já me ia esquecendo, o animal foi baptizado de Pedrito Passito Coelho, mas para a família e amigos é simplesmente Pedrito Coelho!

Ana Pádua
05/04/2018 

true love
coelho motard...

...versus coelho rei

Pedrito Coelho