De
todas as redes sociais, o Instagram é aquela com a qual nunca tive grande
empatia e, apesar da minha paixão por fotografia, nunca me entusiasmei pelas paisagens idílicas nem pelas iguarias partilhadas à ganância a cada
segundo...mais, aquelas "cenas" sinistras do "Manel dos Anzóis pediu para te seguir" ou "estás agora a seguir a Chica Esperta" são assustadoras e parecem retiradas dum guião psicopata
cheio de "stalkers", logo a minha adesão foi uma mera casualidade e sempre preferi a "inocência" do facebook e dos respectivos pedidos de amizade...
A maioria das crianças tem uma fixação quase doentia por telemóveis e,
mesmo que uma pessoa lhes impinja uns de brincar, os verdadeiros têm sempre outro
encanto. A
Nônô não é excepção e, embora nunca tenha tido muita sorte com o meu, sempre o cobiçou e tentou apanhar-me desprevenida para surripiar-me o seu objecto de desejo. Um
belo dia lá me "sacou" o telemóvel e, nem sei bem como, descobriu o Instagram onde, na altura, eu tinha poucos seguidores e seguia (adoro a
expressão!) menos ainda! As pessoas que eu seguia eram basicamente os meus
sobrinhos e a felicidade dela ao ver as fotografias dos primos foi enternecedora, o pior é que ficou extasiada quando viu um vídeo
(publicado pelo primo mais velho) dum robô doméstico que limpava a casa
sozinho e, a partir daí, passava horas a apreciar aquele momento de rara
beleza (ou melhor, de rara limpeza!) e a vibrar imenso com o espectáculo...deve ter sido o vídeo do meu sobrinho Gonçalo com mais visualizações, desconfio mesmo que
pouco faltou para se tornar viral! Até aqui nada de extraordinário, a avó Nhõnhõ começou a estar informada sobre TU-DO o que os netos faziam porque a Nônô era a delatora de todos os passos que os primos davam...não tardou muito para que ela própria começasse a querer tirar fotografias e, melhor ainda, fazer coisas
engraçadíssimas com as mesmas (tipo colocar emojis, desenhar e escrever em
cima das mesmas), ou seja, um verdadeiro PERIGO!!!
No
Verão passado, o meu telemóvel "quinou" (e não foi por ter ido
parar de quando em vez às mãos da criança), pelo que tive de adquirir outro e
para que o meu novo "brinquedo" não despertasse a curiosidade alheia, resolvi
passar-lhe para as mãos o velhinho telemóvel, após lhe ter removido o cartão e
apagado as aplicações todas, ou quase todas porque, como nunca liguei ao Instagram, esqueci-me de elimina-lo e não me ocorreu que bastaria rede wi-fi para aquilo
funcionar...assim, andávamos as duas felizes nas nossas vidinhas, eu a
entreter-me com o meu novo telemóvel e a criança a ostentar o antigo que, mesmo todo partido, teve direito a uma capa escolhida a
preceito na Claire`s, a loja onde a Nônô é
tratada tal como algumas angolanas são nas congéneres da Avenida da Liberdade e...está
tudo dito!
Um dia uma amiga afirmou que eu andava muito pelo Instagram, eu neguei e ela respondeu-me "...então, a Nônô está imparável no Instagram!". Rapidamente descobri que a Nônô percebia mais de Instagram do que eu e enquanto a maioria das pessoas se serve daquela rede social para promover a sua imagem, a Nônô tratou de usa-la para destruir a minha...as fotografias não têm descrição possível, desde carros parqueados no estacionamento do Lidl até a abastecimentos no posto da Galp, já para não falar de fotografias a árvores com autênticos hieróglifos por cima até a "directos" sem qualquer nexo e no top das suas publicações estava uma foto minha cheia de emojis e com a inscrição "chanfarro" (não ter escrito "chanfrada" foi uma sorte!), enfim, a miúda revelou-se um verdadeiro PERIGO e teve de ficar sem acesso ao Instagram e lá se acabou grande parte do seu encanto por telemóveis!
Um dia uma amiga afirmou que eu andava muito pelo Instagram, eu neguei e ela respondeu-me "...então, a Nônô está imparável no Instagram!". Rapidamente descobri que a Nônô percebia mais de Instagram do que eu e enquanto a maioria das pessoas se serve daquela rede social para promover a sua imagem, a Nônô tratou de usa-la para destruir a minha...as fotografias não têm descrição possível, desde carros parqueados no estacionamento do Lidl até a abastecimentos no posto da Galp, já para não falar de fotografias a árvores com autênticos hieróglifos por cima até a "directos" sem qualquer nexo e no top das suas publicações estava uma foto minha cheia de emojis e com a inscrição "chanfarro" (não ter escrito "chanfrada" foi uma sorte!), enfim, a miúda revelou-se um verdadeiro PERIGO e teve de ficar sem acesso ao Instagram e lá se acabou grande parte do seu encanto por telemóveis!
Em Fevereiro caiu mais um dentinho de leite à Nônô (e vão 4!) e, por
isso, teve direito a pedir outro desejo à fada dos dentes e quando eu
suspeitava que teria de comprar mais um peixinho para o seu aquário, resolveu implorar por uma a visita do Henry Danger que é tão somente a
personificação de tudo o que não desejamos para os nossos filhos! A partir daí,
a Nônô começou a sonhar com o dia D, a perguntar-me o que lhe deveria dizer, a
pensar como o cumprimentaria e pediu-me inclusivamente para lhe transmitir um recado "Ele que não traga a mãe!" e eu fiquei sem saber se a
criança já pretende ver-me pelas costas ou se quer distância da hipotética
sogra...prefiro acreditar na segunda hipótese! Como o pedido não era facilmente
realizável e eu não sabia como sair deste encruzilhada, lá consegui convencê-la que o estupor do miúdo andava muito ocupado
nas gravações de novos episódios da série televisiva, mas enviar-lhe-ia um presente...assim, acabou por receber uma moldura com duas fotografias da criatura, acompanhada de um postal e, para dar alguma credibilidade à história, comecei a seguir o
"miúdo perigo" no Instagram, por isso, e antes de ser dada como inimputável,
afirmo: "Henry Danger, estou a seguir-te!"
Ana
Pádua