Para a Nônô, os bombeiros são verdadeiros heróis e, este Carnaval, teve direito a integrar a corporação cá da terra, o que para além dum orgulho, é uma justa homenagem a uma das profissões que mais admira.
Cada vez que avista um carro dos bombeiros ou uma ambulância, fica na maior das excitações, então se estiverem com as luzes de emergência ligadas e com as sirenes accionadas tanto melhor, para ela, claro, porque a mim todo aquele aparato me perturba um bocado. Também já se apercebeu que existem vários tipos de ambulâncias e, no outro dia, avistou uma carrinha pertencente a uma associação de apoio domiciliar de idosos (que se assemelha a um carro de transporte de doentes, mas que na realidade não é) e, mesmo após eu lhe ter explicado de que viatura se tratava, lá tive de ir em plena perseguição do referido veículo pelas ruas deste concelho, para que a Nônô se certificasse que não tinha deixado escapar um raro exemplar...
Durante algum tempo e numa tentativa de poupa-la aquilo que terá a vida toda para entender, ainda consegui mantê-la na ilusão de que a função dos bombeiros se resumia ao resgate de gatos dos telhados e das árvores e muitas das histórias para adormecer centravam-se neste belíssimo argumento. Nunca gostei muito de falar-lhe de incêndios nem tão pouco de outros acidentes mas, um belo dia, ao sairmos da escola, estava uma ambulância parada no meio da estrada e a Nônô perguntou-me o que faziam ali os bombeiros e eu só me ocorreu dizer-lhe que deviam ter ficado sem gasolina e obtive como resposta "também podem estar a ajudar alguém"...a partir daí, as funções dos bombeiros foram mais clarificadas e, se os soldados da paz já eram adorados, passaram a ser idolatrados pela Nônô, aliás todos aqueles que salvam vidas, incluindo os profissionais de saúde, têm um lugar mais do que especial no seu coração.
Há umas semanas, uma amiga fracturou um braço e nós fomos visita-la...a "tia" lesionada resolveu ligar a televisão num canal para crianças, numa tentativa de distrair a Nônô para podermos conversar à vontade, mas a Nônô virou-se de costas para a televisão e seguiu atentamente toda a descrição da aparatosa queda, das diferentes imobilizações que experimentou, da cirurgia com direito a placa e parafusos, das peripécias do pós-operatório e mais as visualizações dos RX que deixaram a Nônô "vidrada" num programa de Domingo que acabou por revelar-se interessantíssimo para ela que, ainda hoje, reproduz na íntegra toda a história que a minha amiga quer mais é esquecer!...
Enfim, é Carnaval e vamos brincar, mas decidimos que também vamos ajudar...um dia li numa entrevista ao Presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Cascais (alguém que, por sinal, muito estimo) que a melhor forma de ajudar os bombeiros, não é encher o quartel de mantimentos nas épocas mais críticas (até porque, quando é necessário, a protecção civil encarrega-se disso) mas tornar-mo-nos sócios da instituição, isso sim, é o melhor que podemos fazer por todos aqueles que tanto fazem por nós...e foi o que fizemos!
UMA VEZ BOMBEIRO(A), SEMPRE BOMBEIRO(A)!...
UMA VEZ BOMBEIRO(A), SEMPRE BOMBEIRO(A)!...
Ana Pádua
24/02/2017
my little "firefighter" |
ao comando... |
...da corporação |
a mais recente "aquisição" dos B.V.C. |