quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

HAPPY END...

Contrariamente ao que acontece todos os anos, em que a seguir ao dia de Reis, o décor da quadra é todo empacotado à espera do próximo Natal, este ano, a falta de tempo aliada a muitos outros factores, fizeram com que a decoração natalícia se mantivesse até há dois dias atrás. Não acredito no destino mas, às vezes, nada acontece por acaso e tudo tem uma razão de ser e, este ano, estávamos longe de imaginar que a magia do Natal ainda não tinha acabado e que se iria prolongar por tanto tempo...
Quem me conhece bem, sabe que eu "papo" quase todo o tipo de passatempos que me aparecem pela frente e, apesar de não me considerar competitiva, gosto muito de concorrer e, acima de tudo, adoro vencer! Nunca ganhei viagens idílicas nem automóveis de sonho, mas já recebi prémios que me deixaram muito feliz e, depois, aquela sensação de receber o telefonema com a notícia é deliciosa e adoro partilhar com duas ou três pessoas (que são sempre as mesmas!) que vibram mais do que eu com estas histórias e depois passamos o resto do dia numa eufórica troca de mensagens, qual euromilhões nos tivesse saído! Gosto particularmente daqueles concursos em que uma pessoa tem de mostrar que merece vencer, já que aqueles sorteios aleatórios tipo random (que me parecem sempre viciados, mas que por acaso até já ganhei alguns) não me dizem grande coisa...isto tudo para dizer que, por altura do Natal passado, resolvi escrever uma carta ao Pai Natal enquadrada num passatempo dum shampoo da Garnier para crianças, em que os vencedores seriam contemplados com o pedido expresso na carta, caso o soubessem justificar convenientemente...foi o primeiro passatempo que fiz em conjunto com a Nônô e lembro-me perfeitamente do momento em que juntas redigimos a carta e, principalmente, o entusiasmo da Nôquando a colocou no correio com a convicção plena de que seria a eleita pelo Pai Natal...
O Natal passou, o velhote das barbas brancas já deve ter chegado à Lapónia e eu nunca mais me lembrei do referido concurso até que, a meio da semana passada, andava eu na minha vidinha quando recebi o famoso telefonema com a notícia de que a carta da Nônô tinha sido uma das seleccionadas para receber o pedido feito ao Pai Natal. Escusado será dizer que eu fiquei feliz e a Nônô ficou radiante!
No último Domingo, a manhã não começou da melhor maneira para a Nônô que acordou com uma virose, com vómito a toda a hora e eu, que já nem sabia bem para que lado me virar, sou surpreendida com o toque da campainha e mais um encapuzado (que vislumbrei pelo intercomunicador) a dizer que vinha da parte da Garnier e a pedir-nos para descermos para uma breve filmagem...eu lá lhe expliquei o que se estava a passar e ele disse-me que aguardava que a Nônô se recompusesse até porque o seu colega ainda se estava a equipar...a Nônô esperava com toda a legitimidade receber a visita do Pai Natal a quem escrevera a carta e a desilusão apoderou-se dela quando se deparou com alguém mascarado de maçã verde, numa clara alusão à composição do shampoo das criancinhas, a solicitar abraços, beijos e mais apertos de mão, a oferecer uma embalagem do produto ao qual fazia propaganda e, para piorar o cenário, a entregar-lhe vários presentes mas NÃO o que a Nônô tinha expressamente pedido na carta...eu nem me apercebi do lapso mas, quando chegámos a casa, a Nônô pediu-me para telefonar aos senhores da Garnier e dizer que, apesar de serem simpáticos, a entrega deveria ser feita pelo pai Natal e que ela tinha pedido o "Nenuco dorme contigo" que tem uma cama rosa e mais uma luz de presença e se acopla à cama das meninas e NÃO o "Nenuco bons sonhos" que acabara de receber...eu retive a informação, mas zarpei logo foi para o Hospital, um local que, por sinal, a Nônô aprecia bastante e incrivelmente acabou por revelar-se um programa mais interessante para a criança que a visita dos senhores da Garnier...desta vez ocorreu-lhe começar a pedir à médica das urgências para lhe requisitar um RX (que obviamente não necessitava) e a "xôtora" nem estava a acreditar no que ouvia e só me perguntou se a minha filha sabia do que se tratava. Eu respondi afirmativamente e ainda acrescentei que a Nônô integra aquele grupo de pessoas (umas idosas outras nem tanto) que vivem, ou melhor, viviam (que a "coisa" agora está mais controlada) a pedir requisições para exames complementares de diagnóstico, numa tentativa de darem cabo de vez do Sistema Nacional de Saúde...
...um Domingo diferente, mas com HAPPY END!


Ana Pádua
26/01/2017 

HAPPY
a carta ao Pai Natal...
...e o presente no sapatinho